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11/Fev/2020

Preços distintos para o trigo conforme as regiões

Os valores do trigo em grão registram comportamentos diferentes dentre as regiões. No Paraná e em Santa Catarina, a retração compradora pressiona as cotações nos últimos sete dias. Parte dos moinhos se mostra abastecida para os próximos meses, via contratos a termo, e está fora de mercado para novas aquisições no spot. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, há maior presença de compradores. No caso do Rio Grande do Sul, o menor preço em relação aos demais Estados, principalmente ao Paraná, justifica o deslocamento de compradores. Quanto aos valores pagos ao produtor, observa-se que as elevações têm sido mais expressivas especificamente no Rio Grande do Sul. As quedas anteriores e o maior interesse comprador favorecem esse cenário. Além disso, é comum as cotações de trigo apresentarem reações em momentos que antecedem o cultivo de uma nova safra.

Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta significativa de 3,45% no Rio Grande do Sul, mas recuo de 0,7% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de 1% no Rio Grande do Sul e de 0,7% em São Paulo. Por outro lado, os preços estão em baixa de 0,7% no Paraná e de 0,3% em Santa Catarina. No geral, os consumidores que não têm estoques seguem ativos no mercado, com casos de contratos a termo. As elevações da taxa de câmbio e dos valores FOB na Argentina seguem encarecendo a importação e favorecendo parte do deslocamento da demanda para o mercado interno. Tomando-se como base dados da Companhia nacional de Abastecimento (Conab), de 27 a 31 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 252,85 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,23, o cereal importado era negociado a R$ 1.070,31 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 959,45 por tonelada.

Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 231,69 por tonelada de 27 a 31 de janeiro, o equivalente a R$ 980,74 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 825,74 por tonelada no Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB do permanece estável nos últimos sete dias, a US$ 240,00 por tonelada. Segundo a Bolsa de Rosário, as cotações perderam força na última semana, devido à menor competitividade com o mercado externo. Os dois primeiros meses de pico de comercialização da campanha comercial 2019/2020 finalizaram com recorde de exportação, de 5,5 milhões de toneladas frente às safras anteriores. Nos Estados Unidos, o vencimento Março/2020 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra alta de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,58 por bushel (US$ 205,31 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta avanço de 1,5%, a US$ 4,72 por bushel (US$ 173,61 por tonelada).

O impulso vem da expectativa de menor oferta mundial e da valorização do milho, ambos tendem a ter comportamentos semelhantes de preços, pois são substitutos diretos na ração animal. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 647,8 mil toneladas em janeiro, volume 0,4% inferior ao de dezembro/2019, mas 3,6% maior que o de janeiro/2019. Desse total, 95% tiveram como origem a Argentina, 3,1%, o Paraguai e 1,9% veio dos Estados Unidos. O preço médio do trigo importado foi de R$ 807,00 por tonelada FOB, considerando-se o dólar a R$ 4,15 em janeiro. As exportações de trigo em grão, por sua vez, totalizaram 120,3 mil toneladas em janeiro, mais que o dobro do embarcado em dezembro/2019, mas quase três vezes menor que o exportado em janeiro/2019. O principal destino do trigo brasileiro foi o Vietnã, com 71,9% do volume enviado ao exterior, seguido das Filipinas (28,1%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.