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04/Fev/2020

Tendência de preços firmes para o trigo em grãos

As cotações do trigo em grão fecharam janeiro em alta no mercado doméstico. A retração de vendedores, a postura mais ativa de compradores e a maior taxa de câmbio, que encarece as importações, são fatores que elevaram os preços no primeiro mês de 2020. Por outro lado, as altas nos valores do Rio Grande do Sul foram limitadas pela maior oferta da colheita de 2019. No Paraná, houve redução de volume e qualidade. Em janeiro, os valores no mercado de lotes subiram 3,3% no Rio Grande do Sul, 9,4% no Paraná e 9,2% em São Paulo. No mercado de balcão, os avanços foram de 6,1% no Rio Grande do Sul e de 4,7% no Paraná. A média do Paraná, em janeiro, ficou 5,2% acima da de janeiro/2019. No mesmo comparativo, a média no Rio Grande do Sul foi 1,2% superior, e para São Paulo e Santa Catarina, os valores foram 3,1% e 7,4% maiores. O dólar se valorizou 6,6% no mês.

Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) subiram 1,3% no estado gaúcho, 3,4% no paraense e 1,2% no paulista. Quanto ao mercado de balcão (valor pago ao produtor), as cotações subiram 1,6% no Rio Grande do Sul e 2,5% no Paraná. Do lado comprador, os moinhos apontam preocupação quanto ao repasse dos valores do cereal para as farinhas e o farelo. Apesar de terem trigo para receber de contratos feitos antecipadamente, em parte dos casos, o preço não havia sido fixado. A paridade de importação do trigo com origem na Argentina está em US$ 247,91 a tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, o trigo importado é negociado a R$ 1.037,11 a tonelada, enquanto o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 912,77 a tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 226,00 a tonelada, o equivalente a R$ 945,45 a tonelada em moeda nacional, contra R$ 799,23 no estado.

Na Argentina, o preço FOB do Ministério da Agroindústria está estável em US$ 240,00 a tonelada. Essa interrupção na tendência de alta se deve à perda de competitividade argentina no mercado externo e às quedas de preços nos principais países exportadores. Entretanto, as cotações argentinas alcançaram patamares semelhantes às máximas registradas em janeiro/2019, uma excelente oportunidade para que produtores coloquem um preço fixo nos contratos a termo, visto que a proporção de empresas que ainda não definiram um valor está acima da média dos últimos anos. Quanto ao volume já contratado para exportação, 13,8 milhões de toneladas já foram negociadas. Em dezembro e janeiro, 3,9 milhões de toneladas foram embarcadas pelo porto de Grande Rosário.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o vencimento Março/2020 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago recuou 3,4%, para US$ 5,53/bushel (US$ 203,47 a tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registrou baixa significativa de 4,2%, a US$ 4,65/bushel (US$ 171,04 a tonelada). Essa pressão está atrelada à redução de posições compradas. Os traders venderam contratos após dados mostrarem que fundos de investimento elevaram suas apostas na alta dos preços do trigo. Um movimento de correção, após os valores terem ficado muito acima dos de milho – ambos os cereais são utilizados para alimentação animal –, também pressionou os futuros, além de temores relacionados ao coronavírus. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.