21/Jan/2020
As cotações domésticas do trigo em grão estão em alta, impulsionadas pela posição retraída de vendedores. Apesar de a demanda não estar tão aquecida, pois muitos moinhos apontam ter estoque para, em média, dois meses, os produtores observam que a oferta interna de trigo de qualidade (PH 78 ou superior) é baixa e o dólar em patamar elevado segue encarecendo as importações. O dólar futuro é negociado na B3 acima de R$ 4,17. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até a primeira dezena de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 244,57 por tonelada para o produto posto no Paraná.
Considerando-se o dólar até o dia 10 de janeiro, o cereal importado era negociado a R$ 993,08 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, estava em R$ 879,77 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 237,30 por tonelada nos primeiros dez dia de janeiro, equivalente a R$ 963,56 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 804,03 por tonelada no Estado. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram alta de 0,7% no Rio Grande do Sul, 1,4% no Paraná, 2,6% em São Paulo e 5,3% em Santa Catarina. Quanto ao mercado de balcão (valor pago ao produtor), as cotações apresentam avanço de 2,1% no Rio Grande do Sul e de 0,9% no Paraná.
Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB do trigo registra expressivo avanço de 9% nos últimos sete dias, a US$ 230,00 por tonelada. Este é o maior valor desde o final de outubro/2019, período que antecedeu a colheita. Essa alta está atrelada à maior demanda pelo cereal. A Bolsa de Rosário indica, contudo, que o valor do produto que será embarcado em janeiro é referente a contratos fechados anteriormente e, atualmente, não há interesse significativo em realizar novos negócios. Por outro lado, já foram comercializadas 14,8 milhões de toneladas de trigo argentino, sendo 13,44 milhões de toneladas para exportação e 1,4 milhão de toneladas, para o mercado interno, o que deixa menos de 5 milhões de toneladas para serem comercializadas. Em relatório divulgado no dia 9 de janeiro, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita do trigo na Argentina foi finalizada e a produção, mantida em 18,8 milhões de toneladas.
Nos Estados Unidos, os futuros estão sendo impulsionados pela alta nas cotações do milho e pela expectativa de oferta mundial menor. Notícias de que a Rússia pode restringir as exportações nos próximos meses e os preços maiores do Egito, principal importador mundial, também impulsionam os futuros. O vencimento Março/2020 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago apresenta avanço de 1,1% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,70 por bushel (US$ 209,62 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra leve recuo de 0,1%, a US$ 4,94 por bushel (US$ 181,61 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.