10/Dez/2019
O menor ritmo de processamento industrial atrelado à alta do dólar reduziu as importações de trigo em grão e de farinhas em novembro. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sinalizam que a moagem de trigo e a produção de derivados em outubro (último dado disponível) caíram em relação ao mês anterior, sendo o menor índice para um mês de outubro desde 2010. Neste início de dezembro, no entanto, algumas indústrias já mostram interesse em retomar as aquisições no mercado externo. Apesar de ainda estar em um patamar elevado, o dólar se desvalorizou 2,2% nos últimos sete dias. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações de trigo em grão somaram 446 mil toneladas em novembro, volume 26,5% inferior ao de outubro/2019 e 9,7% abaixo do volume de novembro/2018.
Desse total, 60,1% tiveram como origem a Argentina, 21,3%, os Estados Unidos, 7,7%, o Canadá e 5%, o Paraguai. O preço médio do trigo importado foi de R$ 889,15 por tonelada, FOB, considerando-se o dólar a R$ 4,16 em novembro. As exportações do grão, por sua vez, foram quase nulas. Os valores domésticos seguem firmes neste começo de mês, sustentados pela baixa oferta do cereal de PH 78 ou acima. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), as cotações registram alta de 0,8% no Paraná e de 0,67% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam avanço de 1,9% no Rio Grande do Sul, 0,4% no Paraná e de 0,8% em São Paulo. Em Santa Catarina, por outro lado, os preços apresentam recuo, pressionados pela maior disponibilidade do cereal de qualidade (PH 78 ou acima) no Estado.
Nos Estados Unidos, os futuros estão recuando significativamente, influenciados pela fraca demanda pelo cereal daquele país. Indicativos de preços de compra do Egito abaixo da expectativa também pressionaram os futuros. Nos últimos sete dias, o primeiro vencimento (dezembro/2019) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago recuou 2,7%, cotado a US$ 5,32 por bushel (US$ 195,66 por tonelada. Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem expressiva baixa de 5,4%, a US$ 4,15 por bushel (US$ 152,49 por tonelada). Na Argentina, segundo o Ministério da Agroindústria, o preço FOB registra alta de 1,5%, a US$ 200,00 por tonelada. A sustentação vem da maior demanda pelo cereal do país.
Segundo a Bolsa de Rosário, as exportações programadas para dezembro, de 3,78 milhões de toneladas, já são um recorde histórico mensal, superando a melhor marca anterior, de 3,3 milhões de toneladas em janeiro de 2008. Em relatório divulgado no dia 5 de dezembro, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita atingiu 46% da área semeada, com rendimento médio de 27,5 quilos por hectare. Foi registrado progresso semanal considerável em toda a área central agrícola, entre 20% e 35%. A estimativa de produção permanece em 18,5 milhões de toneladas. Quanto à qualidade, até o dia 4 de dezembro, 35,3% das lavoras estavam entre normal e excelente, piora de 1,6% em relação à semana anterior. Quanto às condições hídricas adequadas, passaram para 58,3%, piora de 8,5% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.