02/Dez/2019

O mercado interno de trigo segue firme, sustentado pela valorização do dólar ante o Real. Apesar de as negociações ainda serem restritas a determinadas regiões moageiras e de a demanda estar um pouco arrefecida, os preços não cederam em virtude do câmbio acentuado. O fortalecimento da moeda norte-americana, que rondou o patamar dos R$ 4,25, aproxima a paridade entre o cereal nacional e importado, especialmente o argentino, e fortalece o consumo do trigo brasileiro.

Os compradores estavam tentando pressionar a cotação, mas com o dólar nesse nível, o preço se manteve. No Paraná, na região de Ponta Grossa, há registro de negócios entre R$ 900,00 e R$ 920,00 por tonelada, colocado em moinho com entrega em janeiro. Os moinhos têm privilegiado compras para entrega a partir de janeiro, diante da perspectiva de quebra na safra nacional. Os moinhos já estão ativos, alongando estoques para meados de janeiro porque sabem que a entressafra será mais longa.

A proximidade de recesso de fim de ano da indústria moageira também se reflete na demanda pelo trigo do Rio Grande do Sul. A indústria busca cobrir posição para os meses de janeiro e fevereiro. Para dezembro, os moinhos já estão abastecidos até o período de parada para manutenção e festas de fim ano. Na região de Ijuí, há registro de negócios na média de R$ 740,00 por tonelada, para cereal de qualidade superior a ser retirado no interior do Estado em meados de janeiro.

No spot, o ritmo da comercialização é lento, com a sazonalidade normal desse período, em que o consumo recua. Há maior demanda de moinhos do Paraná pelo cereal cultivado no Rio Grande do Sul. Cerca de um terço do que foi comercializado foi vendido para fora do Estado, principalmente para o Paraná. O trigo do Rio Grande do Sul chega em torno de R$ 100,00 por tonelada a menos nos moinhos paranaenses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.