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26/Nov/2019

Tendência de alta com queda na qualidade do RS

Com a colheita no Rio Grande do Sul na reta final, está confirmada a queda na produtividade e a baixa oferta de trigo de qualidade no Estado. Por enquanto, esse cenário e a valorização do dólar têm elevado as cotações brasileiras do trigo. Os compradores, no entanto, não mostram grande necessidade de adquirir o grão no momento. Esses agentes afirmam estar abastecidos e boa parte deve paralisar os trabalhos em dezembro. Dados da Emater-RS apontam que, até o dia 21 de dezembro, 91% da área do Rio Grande do Sul havia sido colhida, avanço semanal de 11%. Em relação ao cereal ainda no campo, 9% das lavouras estão em fase de maturação. A colheita foi finalizada na região de Santa Rosa, com PH acima de 78, no entanto, ressalta-se que o PH se reduziu nas últimas áreas colhidas, variando entre 72 e 76, consequência do alto volume de chuva. Este mesmo problema foi verificado em Bagé, Santa Maria e Caxias do Sul. Nas regiões de Ijuí, Passo Fundo e Frederico Westphalen, a colheita está na reta final, com produtividade e qualidade do cereal comprometidas. Em Erechim e Soledade, a produtividade é boa, mas a qualidade diminuiu.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que, com 98% da área havia sido colhida até o dia 18 de novembro, a produção do Estado está estimada em 2,13 milhões de toneladas, volume 24% inferior ao da safra passada. A totalidade do que ainda resta para ser colhido está em fase de maturação. Quanto à qualidade, 87% estão em condições boas e 13%, médias. Até o dia 18 de novembro, 69% da safra já havia sido negociada. Em Santa Catarina, a colheita segue avançando e a qualidade do cereal é considerada muito boa. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram alta de 4,5% no Rio Grande do Sul, 0,7% no Paraná e de 0,4% em São Paulo. Em Santa Catarina, por outro lado, os valores apresentam queda de 0,3%. No mercado de balcão (pago ao produtor), os valores acumulam avanço no Rio Grande do Sul e no Paraná, com altas de 0,64% e 0,7%, respectivamente. Nos Estados Unidos, os futuros estão em alta, devido à seca na Austrália, que deve reduzir expressivamente a safra no país, à valorização do milho, à piora na qualidade das lavouras norte-americanas e à cobertura de posições vendidas.

O primeiro vencimento (dezembro/2019) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra alta de 2,5% nos últimos sete dias, finalizando a US$ 5,15 por bushel (US$ 189,32 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta aumento de 1,7%, a US$ 4,24 por bushel (US$ 155,79 por tonelada). Quanto às lavouras de inverno nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 17 de novembro, 95% haviam sido semeadas. Deste total, 52% estavam em condições boas a excelentes, 34%, médias e 14%, ruins e muito ruins. Da área semeada, 83% havia emergido até a data. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB se mantém estável nos últimos sete dias, a US$ 197,00 por tonelada. A necessidade de vender rapidamente o trigo colhido para obter boa liquidez pressionou as cotações, segundo a Bolsa de Rosário. O volume entregue nos portos da Grande Rosário atingiu recorde.

A estimativa é de que, até o dia 21 de novembro, 740 mil toneladas de trigo teriam entrado no Porto de Rosário, volume 17% superior ao do mesmo período do ano passado e acima do recorde anterior, de 710 mil toneladas registradas em 2017. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório divulgado no dia 22 de novembro, 20,2% da área semeada havia sido colhida até a data, avanços de 6,9% na semana e de 0,6% frente ao mesmo período de 2018. Quanto à qualidade, até o dia 20 de novembro, 40% das lavoras estavam entre normal e excelente, piora de 6% em relação à semana anterior. Quanto às condições hídricas adequadas, passaram para 66,3%, baixa de 6,6% no mesmo período. Da área, 60% tem condição entre regular e ruim, principalmente devido ao atraso no desenvolvimento das lavouras. No entanto, as chuvas registradas na região leste podem beneficiar o cereal que ainda está no campo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.