ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Nov/2019

Preços do trigo estáveis e baixa liquidez interna

Os produtores brasileiros têm se afastado do mercado spot nacional, atentos ao clima no País, na Argentina e nos Estados Unidos. No Rio Grande do Sul, os produtores estão preocupados, tendo em vista que as chuvas em excesso prejudicaram a produtividade e a qualidade da safra. Inclusive, parte da produção não deve ser classificada sequer como trigo. Dados da Emater-RS apontam que parte do trigo já colhido no Rio Grande do Sul tem apresentado perda de qualidade, com lavouras com PH abaixo de 75. Os produtores da região de Ijuí estão preocupados também com o lento avanço da colheita, devido à alta umidade. Até a o dia 7 de novembro, dois terços da área semeada no Rio Grande do Sul havia sido colhida, avanço semanal de 17%. Em relação ao cereal ainda no campo, 30% das lavouras estão em fase de maturação e 3%, em enchimento de grãos. Na região de Santa Rosa, a qualidade e a produtividade, em geral, são boas.

Entretanto, as lavouras que ainda não foram colhidas podem ser prejudicadas pelas chuvas, fator que deve deixar a qualidade do cereal abaixo do PH 74. Nas regiões de Frederico Westphalen e Santa Maria, após as chuvas, a qualidade das lavouras também pode ser danificada, apresentando PH entre 72 e 76. Nas regiões de Bagé, Caxias do Sul, Erechim e Soledade, o alto índice pluviométrico também deverá prejudicar a qualidade das lavouras que ainda estão por colher. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita havia atingido 92% da área até o dia 4 de novembro, avanço de 5% em relação à semana anterior. Quanto ao desenvolvimento das lavouras, 83% apresentam condições boas, 16%, médias e 1% está em situação ruim. Destas, 89% estão em fase de maturação e 11%, em frutificação.

Quanto aos preços, nos últimos sete dias, no mercado de balcão (pago ao produtor), os valores registram queda de 0,54% no Rio Grande do Sul, mas alta de 0,5% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 0,4% no Rio Grande do Sul e quedas de 0,7% e de 0,1% em São Paulo e no Paraná, respectivamente. Em Santa Catarina, os valores permanecem estáveis. Nos Estados Unidos, os futuros operam em queda, pressionados pelo desempenho negativo do milho e pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas estrangeiras. Nos últimos sete dias, o primeiro vencimento (dezembro/2019) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago, registra recuo de 1,1%, cotado a US$ 5,10 por bushel (US$ 187,48 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta queda de 1,1%, a US$ 4,21 por bushel (US$ 154,87 por tonelada).

Nem mesmo a redução nas estimativas para os estoques finais do cereal nos Estados Unidos, divulgadas pelo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 8 de novembro, sustentou os futuros. O USDA projetou as reservas norte-americanas ao fim de 2019/2020 em 27,6 milhões de toneladas, volume 2,83% inferior ao relatório de outubro. A previsão de estoques mundiais, entretanto, foi elevada para 288,3 milhões de toneladas (+0,16%). A estimativa de produção mundial do cereal subiu, com a União Europeia e a Rússia, compensando as reduções na Argentina e Austrália. As transações mundiais aumentaram, com maior demanda da Turquia, União Europeia, Rússia e Ucrânia. Quanto às lavouras de inverno nos Estados Unidos, o USDA aponta que, até o dia 3 de novembro, 89% haviam sido semeadas. Deste total, 57% estavam em condições boas a excelentes, 30%, médias e 13%, ruins e muito ruins. Da área semeada, 71% havia emergido até a data.

Na Argentina, segundo o Ministério da Agroindústria, os preços FOB registram queda de 1% nos últimos sete dias, a US$ 198,00 por tonelada, o menor patamar nominal desde o dia 5 de março de 2018. Notícias de que o Brasil abriu cota de 750 mil toneladas de importação de trigo livre de tarifas preocupam os produtores argentinos. Em outubro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a Argentina forneceu 607,1 mil toneladas ao Brasil, ou seja, 63,8% do total importado. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório divulgado no dia 7 de novembro, 7,1% da área semeada havia sido colhida, avanço semanal de 3,6%. A colheita foi iniciada na região centro-norte de Santa Fé, com rendimentos levemente abaixo das expectativas iniciais. Quanto à qualidade, até o dia 6 de novembro, 54,2% das lavoras estavam entre normal e excelente, piora de 3,5% em relação à semana anterior. Quanto às condições hídricas adequadas, passaram para 74,9%, melhora de 0,5% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.