29/Out/2019
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), a restrição cambial adotada na Argentina após a eleição de Alberto Fernández como novo presidente do país, não deve afetar o abastecimento de trigo para os moinhos brasileiros. A Argentina tem uma oferta expressiva de trigo. Se haver uma retração pelos exportadores, seria meramente um posicionamento de defesa para verificar o que vai acontecer com o cenário econômico local. O governo local decidiu limitar, até dezembro, as compras de dólares a US$ 200,00 por conta bancária e US$ 100,00 em espécie.
A previsão é de que não deve haver uma eventual mudança na política de retenciones (tarifas de exportação) que possa inibir o comércio. A Argentina deve colher cerca de 20 de milhões de toneladas do cereal nesta safra. O consumo local é de cerca de 6,5 milhões de toneladas. O que pode ocorrer é uma instabilidade de preços, porque, quando se tem influência política e o mercado perde a regulação normal, a imprevisibilidade dos preços é natural. Mas, uma alteração nas taxas cobradas influenciará no plantio da safra argentina em 2020. É uma medida que afeta a rentabilidade do produtor local e a sua capacidade econômica.
Os moinhos brasileiros, mesmo muito dependentes da Argentina, que fornece cerca de 90% do trigo importado (50% da moagem nacional), contam com outras fontes de suprimento. Assim, não deve faltar trigo. Porém, buscar trigo de outras origens fora do Mercosul (pagando tarifa Externa Comum de 10%) tem um custo. Nesse caso, o reflexo poderia ser observado nos preços de farinha, pães, massas e biscoitos. Mas, este não é um cenário a ser considerado no momento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.