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22/Out/2019

Tendência baixista do trigo com avanço da colheita

Com o avanço dos trabalhos de campo no Rio Grande do Sul, as cotações no Estado têm sido pressionadas com mais intensidade, retornando aos patamares médios verificados em dezembro de 2018. Quanto à qualidade do cereal colhido, está muito boa. No entanto, agentes sinalizam que as recentes chuvas no Estado podem prejudicar a qualidade do cereal que ainda será colhido. No Paraná, os preços estão sendo sustentados pela menor produtividade. Vale lembrar que o clima foi desfavorável durante o desenvolvimento das lavouras do Estado. Os produtores das regiões oeste e sudoeste do Paraná já finalizaram a colheita. Nas demais regiões que ainda estão em fase de colheita, a qualidade do trigo está melhor. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram queda de 1,89% no Rio Grande do Sul, mas alta de 0,2% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), o Rio Grande do Sul apresenta expressiva queda de 12,2%; no Paraná, os valores registram leve recuo de 0,1% e, em São Paulo, de 0,3%. Em Santa Catarina, os preços apresentam avanço de 0,4%. Os produtores estão na expectativa do início da colheita no próximo mês e a qualidade das lavouras é satisfatória. A diferença entre os preços dos dois principais Estados produtores (Paraná e Rio Grande do Sul) aumentou de R$ 10,63 por tonelada em setembro para R$ 57,32 por tonelada em outubro, com vantagem para o trigo do Paraná. Essa ampliação na diferença pode ser justificada, também, pelas estimativas de aumento na oferta do Rio Grande do Sul e de queda na oferta do Paraná, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS apontam que a colheita havia alcançado 7% da área até o dia 17 de outubro. Em relação às áreas a serem colhidas, 42% das lavouras estão em fase de maturação, 47%, em enchimento de grãos e 4%, em floração. Apenas na região de Ijuí o cereal vem apresentando umidade pouco acima da adequada, mas, com previsões de umidade alta nesta semana, os produtores optaram pela colheita na semana passada. As lavouras que foram semeadas primeiramente apresentam maior incidência de giberela nas espigas, porém, a aparência é de baixa infecção. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita havia atingido 79% da área até o dia 15 de outubro, avanço semanal de 3%. Quanto ao desenvolvimento das lavouras, 74% apresentam condições boas, 23%, médias e 4%, ruins.

Nos Estados Unidos, as cotações futuras do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago, considerando-se o primeiro vencimento (dezembro/2019), registram alta de 4,8% nos últimos sete dias, a US$ 5,32 por bushel (US$ 195,57 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 3,4%, cotado a US$ 4,33 por bushel (US$ 159,38 por tonelada). Os futuros foram impulsionados pelo recuo do dólar nestes últimos dias, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais atraentes para compradores. O clima seco no sul das Grandes Planícies dos Estados Unidos também sustenta as cotações. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que a colheita do cereal de primavera havia alcançado 94% da área total até o dia 13 de outubro, avanço de 3% em relação à semana anterior. Quantos às lavouras de inverno, 65% da área havia sido semeada até o dia 13 de outubro e 41% emergiram.

Segundo o Ministério da Agroindústria Na Argentina, os preços FOB registram avanço de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 230,00 por tonelada. Essa elevação nos preços e o avanço da colheita aumentaram o interesse de negociação. Segundo dados da Bolsa de Rosário, nos três primeiros dias da última semana, foram negociadas 325 mil toneladas de trigo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as chuvas da última semana seguem atrasando a colheita, mas os trabalhos de campo avançaram um pouco no norte do país. Nas demais áreas, precipitações aliviaram parte dos produtores. Na região oeste, os registros pluviométricos ficaram abaixo de 20 mm, em média, o que pode causar redução no rendimento de até 40%. Até o dia 16 de outubro, pouco mais de 65% das lavoras estavam entre normal e excelentes, melhora de 3,5% em relação à semana anterior. Quanto às condições hídricas adequadas, passaram de 60,4% para 67,8%, no mesmo comparativo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.