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02/Out/2019

Tendência é baixista para o trigo com a nova safra

À medida que a colheita da safra 2019 avança no Paraná, fica mais evidente o resultado da adversidade climática ocorrida durante o período de desenvolvimento das lavouras: a área de semeio, a produtividade e a produção recuaram frente ao ano-safra anterior. Mesmo assim, a disponibilidade do produto aumenta no mercado interno, pressionando os valores do Estado, que, por sua vez, são os menores deste ano, em termos nominais. Em setembro, o valor médio do trigo no Paraná esteve em R$ 863,34 por tonelada, sendo 2,55% inferior ao de agosto e o menor desde dezembro de 2018, em termos nominais. Nos últimos sete dias, especificamente, o valor do trigo pago ao produtor do Paraná registra recuo de 1,9% no mercado de balcão (valor ao produtor) e de 1,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No Rio Grande do Sul, a média da parcial de setembro, de R$ 851,63 por tonelada, supera em 3,1% à de agosto e é a maior desde setembro de 2018.

Nos últimos sete dias, especificamente, o preço do cereal no mercado de balcão se mantém estável e o mercado de lotes registra alta de 1,2%. Vale ressaltar que, no Rio Grande do Sul, ainda prevalece algumas negociações de trigo remanescente da safra 2018/2019 e que a colheita da 2019/2020 deve se iniciar em meados de outubro. Diante disso, nos últimos sete dias, as cotações do Paraná estão inferiores às do Rio Grande do Sul. A diferença é de R$ 7,86 por tonelada. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam declínios de 7,2% na área de produção, indo para 1,02 milhão de hectares em 2019, e de 5,4% na produtividade, a 2,4 mil toneladas por hectare. Diante disso, a oferta deve cair expressivos 15,9%, somando 2,36 milhões de toneladas. Até o dia 23 de setembro, 60% das lavouras do Paraná já haviam sido colhidas. Das lavouras que ainda se desenvolvem, 54% apresentam condições boas, 36%, médias e 10%, ruins. Em termos de comercialização 25% da oferta total foi negociada.

No Rio Grande do Sul, o desenvolvimento segue apropriado e com baixa incidência de doenças. Segundo a Emater-RS, 3% das lavouras já apresentam grãos maduros, prontos para serem colhidos. Na Argentina, houve leve declínio nas condições das lavouras, devido ao clima desfavorável (chuvas em algumas regiões e tempo seco em outras). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reporta que 84,5% dos cultivares apresentam condições adequadas, 16%, médias e 1,5%, ruins. Na semana anterior, estes números eram de 80,5%, 14% e 1%, respectivamente. Nos Estados Unidos, a colheita das lavouras de primavera está praticamente finalizada, com 99% da área total. Para o cultivo de inverno, até o dia 22 de setembro, 26% das lavouras de inverno haviam sido semeadas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Quanto aos preços, estão sustentados, diante da expectativa de clima frio em parte das áreas produtoras norte-americanas. Nos últimos sete dias, na Bolsa de Chicago, as cotações futuras do trigo Soft Red Winter (primeiro vencimento) registram alta de 0,6%, a US$ 4,87 por bushel (US$ 179,03 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Red Winter registra estabilidade, a US$ 4,07 por bushel (US$ 149,73 por tonelada) no mesmo comparativo. Na Argentina, os estoques de trigo da safra 2018/2019 são um dos menores da história. A expectativa de consumo na atual temporada (2019/2020) é de 11,9 milhões de toneladas, volume bem próximo ao recorde atingido na safra 2016/2017. Esse cenário de maior consumo é favorecido pelo aumento na moagem e pelo ótimo desempenho das exportações, inclusive de farinha de trigo. Em relação aos preços FOB no Porto de Buenos Aires, reportados pelo Ministério da Agroindústria, se mantêm estáveis nos últimos sete dias, a US$ 228,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.