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01/Out/2019

O avanço da produção de trigo irrigado no Cerrado

A valorização do trigo na última safra e as vantagens oferecidas pela cultura nos sistemas de produção no Cerrado da região central do País têm despertado o interesse de produtores da região, sobretudo os que rotacionam culturas sob irrigação. Com o aperfeiçoamento do manejo, produtores têm conseguido explorar o potencial de cultivares como as desenvolvidas pela Embrapa, obtendo produtividades médias superiores a 100 sacas de 60 Kg por hectare. A Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF) disse que a cooperativa precisa incentivar o cultivo do trigo na região não apenas para obter matéria-prima de qualidade para o moinho, mas também para que o produtor rural tenha os benefícios que a cultura traz indiretamente às demais culturas que a sucedem. A cooperativa deve produzir cerca de 400 mil sacos de farinha, pagando R$ 982 pela tonelada do trigo BRS 254 e R$ 910 pela tonelada do BRS 264.

Cerca de 40 cooperados, representando uma área plantada próxima de 8 mil hectares, fornecem trigo à COOPA-DF. A produção esperada nesta safra para o trigo irrigado deve ficar em torno de 750 mil sacas, com produtividade média de 93,75 sacas de 60 Kg por hectare. A cultivar BRS 254 é o carro-chefe em trigo da cooperativa. Esse cultivar é o mais interessante para o moinho. Qualquer outro produzido no Brasil, ao ser misturado com o BRS 254, vai produzir uma farinha de qualidade para a indústria. Os demais materiais são bons, mas é preciso mais cuidados na escolha para fazer o blend por haver alguns fatores limitantes. A BRS 254 também requer atenção quanto ao risco de acamamento (queda ou arqueamento das plantas). Mas ele tem uma vantagem. O ciclo é mais longo e, se pegar frio, é possível aumentar a produção 133 sacas de 60 Kg por hectare. A Embrapa tem cultivares adaptadas ao Cerrado do Brasil Central e disponibilizadas ao mercado.

CULTIVARES

Lançada em 2015, a cultivar de trigo irrigado BRS 394 também pode ser indicada para o sistema de sequeiro (trigo “safrinha”). Alia alta produtividade (acima de 120 sacas de 60 Kg por hectare em sistema irrigado e de 60 sacas de 60 Kg por hectare na safrinha) e maior tolerância ao acamamento em relação, por exemplo, à BRS 254. É um material precoce, com ampla adaptação de época de plantio, sendo colhido em 110 a 115 dias. A espiga laxa (dilatada), com maior espaçamento entre as espiguetas, facilita o controle preventivo da brusone, principal doença que acomete os trigais da região tropical brasileira. Em solos bem manejados, as raízes podem alcançar dois metros de profundidade, como constatado em lavouras comerciais. A cultivar tem grão duro e é classificada na indústria como trigo pão. Para ter liquidez na venda ao moinho, é preciso de trigo de qualidade para a produção de pão, principalmente. 70% da produção de farinha de trigo no Brasil é destinada à indústria de panificação, sendo o restante utilizado na produção de biscoitos e de macarrão. Nesse sentido, a BRS 394 apresenta alta força de glúten (320 x 10-4 J de média), bem acima dos 250 x 10-4 J exigidos pela indústria. Outro diferencial é a estabilidade de 20 minutos, superior aos 12 minutos requeridos. Isso é excelente tanto para o moinho como para o padeiro que vai fazer o pão. A melhor época de plantio para alcançar as maiores produtividades com trigo irrigado na região é a primeira quinzena de maio. Se plantar mais cedo, em abril, corre-se maior risco de brusone. Excesso de chuvas em fevereiro e março são o prenúncio de brusone. Mas se as chuvas forem normais nesse período, dá para plantar a partir do dia 15 de abril com menor risco da doença.

O trigo BRS 264, lançada em 2005, é a variedade mais plantada na região. No Cerrado do Mato Grosso, da Bahia, de Goiás e do DF, 80% da área de trigo é plantada com essa cultivar. Dificilmente será retirada do mercado porque além de ter alta produtividade (120 sacas de 60 Kg por hectare), é bastante precoce. Com 90 dias ele está pronto na lavoura, com uma economia de água significativa. A cultivar tem resistência moderada ao acamamento e é resistente à debulha. Também de grão duro e classificada como trigo pão, com força de glúten média de 255 x 10-4 J, estabilidade acima de 20 minutos e peso do hectolitro (PH) médio de 80 kg/hl. É uma das poucas variedades com as quais é possível fazer pão sem a adição de outras. Os moinhos compram de olhos fechados em função dessa flexibilidade na produção de farinha para panificação e do rendimento de farinha, que chega a 66,5% de média, um dos melhores. A BRS 264 é bastante responsiva à densidade de plantio. A recomendação é utilizar 200 Kg/ha de sementes para alcançar o potencial produtivo da cultivar – menos que isso resultará em produtividades inferiores. Com 20 a 30 sacas/hectares a mais que outras cultivares, ela responde bem à densidade de semeadura.

Já a BRS 254, também lançada em 2005, pode ser plantada um pouco mais tardiamente (em função de uma terceira cultura, por exemplo), apesar da melhor época de plantio também ser a primeira quinzena de maio. Além disso, tolera melhor chuvas durante a colheita se comparada à BRS 264, por ter um grão mais fechado e duro. Tem ciclo precoce/médio e potencial produtivo de 100 sacas de 60 Kg por hectare (há produtores ultrapassando 120 sacas de 60 Kg por hectare), sendo resistente à debulha e moderadamente resistente ao acamamento, demandando maior atenção na quantidade de nitrogênio em cobertura e no momento da aplicação do regulador de crescimento. Considerado um trigo padrão pela COOPA-DF, tem força de glúten média de 330 x 10-4 J, alcançando 400 x 10-4 J, e estabilidade de 25 a 32 minutos, sendo classificado como trigo melhorador. Como é muito forte, é usado para melhorar trigos de baixa força de glúten e de baixa estabilidade na produção de farinha para panificação. Por isso é tão importante para os moinhos.

Por fim, a cultivar de trigo sequeiro BRS 404, lançada em 2015, é tolerante à seca e ao calor e indicada para o sistema de sequeiro (safrinha), com o plantio mais indicado para o mês de março. O potencial produtivo médio é de 60 sacas de 60 Kg por hectare em sequeiro (com produtores já tendo alcançado 80 sacas de 60 Kg por hectare) e pouco mais de 100 sacas de 60 Kg por hectare em sistema irrigado, para o qual também pode ser indicado, pois é bem responsivo com pouca água. É uma cultivar de ciclo precoce, resistente à debulha e moderadamente resistente ao acamamento. Classificada como trigo pão, a variedade tem alta força de glúten (320 x 10-4 J) e estabilidade acima de 12 minutos, garantindo boa liquidez na venda aos moinhos.

MANEJO DO TRIGO NO CERRADO

A diversidade de sistemas irrigados na região dificulta a geração de orientações de manejo que se encaixem perfeitamente em todos os casos. O primeiro fator a ser observado é a semeadura, que pode ser a lanço ou em linha, com o uso de semeadora. A segunda opção é a mais recomendável por ter diversas vantagens, como profundidade do plantio mais adequada, economia de sementes, maior eficiência no uso de fertilizantes, conservação do plantio direto, possibilidade de uso de herbicidas pré-emergentes e, principalmente, maior uniformidade do arranjo de plantas. Boa parte das sementes a lanço ficam pouco profundas. Na época do enchimento de grãos, pode haver perdas por acamamento, porque a planta estará pouco ancorada ao solo. A época de semeadura recomendada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a partir de estudos de zoneamento agrícola de risco climático para o trigo irrigado na região, é de 11 de abril a 31 de maio. No entanto, as pesquisas têm levado à indicação da janela de 5 a 20 de maio, datas menos favoráveis à brusone. Caso o produtor decida semear após o dia 20 de maio, deve utilizar as cultivares BRS 394 ou BRS 254, mais tolerantes a eventuais chuvas durante a colheita, em setembro.

Ao mostrar que uma mesma cultivar pode ter diferentes curvas de resposta à mesma densidade de semeadura em diferentes fazendas, a pesquisa busca gerar recomendações de densidade médias de semeadura para o melhor desempenho do potencial das cultivares. Dessa forma, a recomendação é de 300 a 350 sementes viáveis/m² para a BRS 254, com 51 a 60 plantas/m linear; de 340 a 390 sementes viáveis/m² para a BRS 394, com 58 a 66 plantas/m linear; e de 400 a 450 sementes viáveis/m² para a BRS 264, com 68 a 76 plantas/m linear no espaçamento de 17 cm entrelinhas. A Embrapa atenta para a verificação do Peso de Mil Sementes (PMS), em gramas. Há grande variação nos lotes de sementes da mesma cultivar. Se você planta com uma recomendação genérica de 200 kg/ha de sementes, por exemplo, e o PMS é de 35g, estará usando 20% a mais de sementes que o recomendado. Com isso, resultará em quase 500 plantas por m², com uma maior tendência ao acamamento. Se a lavoura já tiver sido plantada com densidade de semeadura acima da recomendada para a cultivar, a recomendação é baixar a dose de nitrogênio.

E em caso de erro na aplicação do regulador de crescimento no final do ciclo, é necessário ajustar o manejo da irrigação para evitar o acamamento antes do enchimento dos grãos. O acamamento talvez seja o principal problema do trigo irrigado (da região), depois da brusone. Outro fator chave é a adubação, já que a cultura demanda um solo equilibrado. É importante verificar o histórico da área, a saturação de bases recomendada e se o alumínio está neutralizado. Para a adubação de plantio, deve-se observar as doses recomendadas de fósforo (80 a 100 Kg/ha); de potássio (40 a 60 Kg/ha); de boro, para evitar a esterilidade das espiguetas; de zinco, principalmente em plantios após o milho; além de cálcio e enxofre, que podem ser fornecidos pelo calcário e pelo gesso agrícola. A aplicação de nitrogênio recomendada é de 20 a 40 Kg/ha na base e o restante em cobertura, do plantio até 15 dias após a germinação. No cultivo após milho, deve-se aumentar o nitrogênio em cerca de 15%. A aplicação tardia do nitrogênio, visando ao aumento da qualidade, não deve ser feita. As cultivares já têm a qualidade para panificação, mesmo com zero de aplicação de nitrogênio.

Quanto maior a densidade de semeadura e nitrogênio, maior a chance de acamamento, por isso o produtor deve estar atento a essa relação entre esses fatores e o regulador de crescimento. Cercar esse tripé culmina na alta produtividade. Mas se você começa com a densidade errada, com excesso de nitrogênio e ainda erra o timing de aplicação do regulador de crescimento, a chance de ter uma lavoura “acamada” e com perdas de produtividade é muito grande. De acordo com os estudos nas fazendas, as melhores respostas ao nitrogênio aplicado em cobertura (com 20 kg na base) foram nas doses totais (cobertura mais base) de 100 a 120 kg/ha na BRS 254, de 120 a 140 kg/ha na BRS 264 e de 110 a 130 kg/ha na BRS 394. Aplicando mais nitrogênio que isso, a planta fica susceptível ao acamamento. É importante respeitar essas respostas. Quanto ao regulador de crescimento, a recomendação é aplicar de 0,5 L/ha no primeiro nó visível ou duas aplicações de 0,3 L/ha – uma no primeiro nó visível e outra, seis dias depois, no segundo nó visível. Muitos produtores têm adotado a aplicação dividida em duas doses de 0,3L/ha, porque é mais fácil acertar o ponto do primeiro nó visível. A aplicação deve ocorrer nas horas de temperaturas mais amenas do dia e com pouco vento, evitando-se o repasse da barra pulverizadora. O produto não deve ser aplicado em plantas sob estresse, principalmente por herbicidas, devendo-se aguardar cinco dias.

Também não deve haver aplicações de outros produtos até cinco dias após a aplicação do regulador de crescimento A irrigação só deve ser realizada novamente de dois a três dias após a aplicação do regulador, para evitar a lavagem do produto e garantir a eficiência. O manejo da irrigação pode ser feito com auxílio da página Monitoramento de Irrigação no Cerrado. Basta selecionar “Culturas Anuais” e depois “Embrapa 42” para BRS 394 e BRS 264 ou “Embrapa 22” para BRS 254. A página mostra o passo a passo do manejo da irrigação, a partir da data de emergência da cultura informada, calculando a evapotranspiração do dia a partir de dados colhidos de uma rede de estações climatológicas e fornecendo a lâmina de água a ser aplicada e o turno de rega. No caso da cultivar BRS 404, o trigo sequeiro não compete com o milho 2ª safra no sistema, já que é plantado em uma janela diferente – de 5 a 20 de março. A BRS 404 tem baixo custo, requerendo menos sementes (250 a 300 sementes viáveis/m², o equivalente a 130 a 140 kg/ha) e, quando plantada após a soja, necessita de no máximo 30 kg/ha de nitrogênio em cobertura. Por outro lado, apresenta o risco de perdas com brusone em caso de chuvas.

MAEJO INTEGRADO DE DOENÇAS

Um dos principais itens do manejo integrado de doenças no trigo e nas demais culturas agrícolas é a rotação de culturas. A formação de palhada do trigo tem efeitos positivos e negativos. A palha impede que as plantas daninhas venham na cultura seguinte, deixando a área limpa após a colheita do trigo. Mas ela também contém o inóculo de todas as doenças que ocorreram na área naquele ano. Apenas com a colocação de outras culturas em seguida, conseguimos que essa palha apodreça e não esteja mais presente no próximo ciclo de cultivo do trigo. Essa é a importância da rotação de culturas. A ausência da palha reduz a infecção por manchas no cultivo seguinte de trigo. Além da rotação de culturas, o produtor deve observar se a cultivar a ser semeada é resistente a doenças e se foi validada na região e em ano favorável à ocorrência dessas enfermidades. A resistência na cultivar é a tecnologia mais barata para o manejo de doenças. Não vale a pena trabalhar com uma cultivar que não é resistente num ambiente altamente favorável à ocorrência de doenças, principalmente no caso do trigo de sequeiro, que tem maior pressão de doenças.

As sementes devem estar sadias, o que pode ser verificado pela análise fitossanitária realizada por laboratórios. O nível de infecção das sementes vai indicar se elas podem ser utilizadas no plantio, se será necessário o tratamento com fungicidas para a redução do inóculo (caso o nível de infestação seja baixo) ou se terão que ser descartadas e vendidas como grãos. O pesquisador ressaltou a importância do tratamento de sementes para reduzir a presença do inóculo, mas que a medida só terá efeito se a área estiver limpa. A eliminação manual de plantas com inóculo (“carvão”) é extremamente necessária, pois os esporos dos fungos causadores de doenças se espalham facilmente com o vento, atingindo outras espigas e infectando as sementes. Já a época de plantio deve ser observada principalmente para o manejo da brusone. O plantio antes das datas recomendadas aumenta o risco de infecção devido a maiores quantidades de chuvas e de orvalho. A nutrição equilibrada e o manejo da irrigação são fatores que proporcionam economia de adubo, de água e de energia. A Embrapa recomenda a análise periódica de solo da área para a reposição exata dos nutrientes necessários às plantas.

Na planta mal nutrida, os genes de resistência terão menor resposta. Na planta bem nutrida, esses genes responderão melhor, ela será mais resistente e vai explorar o máximo de potencial. Quanto à irrigação, deve-se colocar apenas a quantidade recomendada de água para a cultura. Se puder fazer uma lâmina maior de água no período do emborrachamento, antes da emissão das espigas e, após esse período, deixar o máximo de tempo sem irrigação, resultando em menos dias molhados, reduzirá a chance de brusone na área, não excluindo a necessidade de pulverizações preventivas de fungicida. O monitoramento de doenças deve ocorrer desde o plantio, mas deve ser intensificado a partir do primeiro nó visível, quando haverá a exposição das quatro folhas que garantem a máxima produtividade da planta – a folha bandeira e as três abaixo dela. Para protegê-las durante todo o ciclo, deve-se observar as condições climáticas (chuva, temperatura e orvalho), e se já existe a ocorrência de manchas na área. O uso de fungicidas é o último recurso a ser usado. As principais doenças da cultura no trigo na região, além da brusone, são o oídio, as manchas foliares e as ferrugens.

Oídio e ferrugens são controladas principalmente com cultivares resistentes, que garantirão a redução da aplicação de fungicidas. Para as manchas foliares, a rotação de culturas é importantíssima para reduzir a ocorrência, além do tratamento de sementes. Quanto à brusone, a pulverização de fungicidas deve ser iniciada no período de emborrachamento e espigamento, momento em que a folha bandeira fica exposta. Se a pulverização for feita, a folha bandeira e as folhas de baixo serão protegidas, além de haver redução do inóculo para a semana seguinte, em que as espigas estão sendo emitidas. Ao reduzir o inóculo e a irrigação nesse período, a possibilidade de ocorrência de brusone será menor. Outra medida é monitorar a lavoura e as áreas vizinhas, além de verificar se a condição climática é favorável à doença. O manejo da brusone é sempre preventivo. O fungicida aplicado protege, mas não cura. Se a espiga já foi infectada, vai morrer. Não existe recuperação do tecido que já foi infectado.

Outro ponto importante é a tecnologia de aplicação, em que devem ser observados a rotação dos grupos químicos dos fungicidas (e não somente das moléculas), o que contribui para a manutenção da eficácia dos princípios ativos; o volume de calda recomendado; as pontas do pulverizador, que devem tem dois ângulos de ataque; a dose recomendada de adjuvantes para o fungicida; e o horário da aplicação, evitando-se os períodos do dia com umidade relativa do ar mais baixa e temperaturas mais altas. As médias de chuvas em março e abril de 2019 ficaram acima da média histórica, com mais dias chuvosos, e que as perdas nas lavouras de trigo safrinha foram significativas. Quem monitorou as doenças do trigo e fez pulverizações logo no início, conseguiu colher trigo sequeiro. Quem não fez o monitoramento, não conseguiu controlar as doenças. À época, alguns produtores suspeitavam que uma nova bactéria estaria prejudicando os trigais. A Embrapa promoveu uma força-tarefa, na qual pesquisadores coletaram amostras em diversas fazendas da região. Não havia nova bactéria. O que alguns viram foi uma bactéria coadjuvante, que estava ali simplesmente por ser oportunista. O problema era mancha foliar e brusone na folha. O trigo plantado mais cedo acabou morrendo provavelmente por excesso de água e de doenças, além de manejo inadequado.

Fonte: Embrapa Cerrados. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.