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26/Set/2019

Safra 2019: desenvolvimento distinto no PR e RS

O clima parece não ter contribuído igualmente para o desenvolvimento da safra de trigo 2019 nos dois principais Estados produtores, Paraná e Rio Grande do Sul. Os Estados iniciam a semeadura do cereal em períodos distintos: o Paraná por meados de abril e Rio Grande do Sul em torno de junho. Por isso, as variações de tempo influenciam de forma diferente no desenvolvimento da cultura. Juntos, Paraná e Rio Grande do Sul, respondem por 85% do cereal produzido no Brasil, que atingiu total de 5,42 mi de toneladas em 2018. Para a temporada atual, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê produção nacional de 5,39 milhões de toneladas, queda de 0,5%.

No Paraná, os produtores relatam danos nas lavouras decorrentes de geadas ocorridas em julho e de estresse hídrico em julho e agosto, período de frutificação e maturação do grão. As geadas resultaram em perdas totais em algumas lavouras. Além disso, algumas regiões como o oeste e noroeste do Paraná registraram 60 dias de estiagem. A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) projeta quebra de 18% a 20% na safra em relação à estimativa inicial de produção entre 3,4 milhões de toneladas e 3,5 milhões de toneladas. O Estado deve colher no máximo 2,7 milhões de toneladas. Em compensação, a qualidade está excelente. O Paraná já colheu aproximadamente metade da área total plantada de 1,024 milhão de hectares.

No Rio Grande do Sul, até o momento, as condições são favoráveis para o desenvolvimento de uma colheita excepcional, segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. O trigo teve tudo o que necessita para um ótimo desenvolvimento: poucas chuvas e muito frio. No Estado, o aspecto sanitário está excelente. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) prevê que os produtores do Estado vão colher 2,4 milhões de toneladas de trigo este ano, 9% a mais do que estimado inicialmente (2,2 milhões de toneladas), se as condições favoráveis forem mantidas. A entidade pondera, contudo, que a cultura está agora no chamado estágio crítico de desenvolvimento, fase de espigamento e enchimento do grão, ficando mais vulnerável a variações bruscas no clima. No Estado, a colheita do cereal tem início em outubro. Agora, o momento é de alerta quanto às chuvas intensas e aos ventos fortes, especialmente na região norte do Rio Grande do Sul, que concentra a produção.

Para a safra 2020, representantes dos produtores consideram que, apesar de ainda ser cedo para projetar o cenário, os dois Estados não devem registrar variação significativa na área destinada ao cultivo do trigo. Não há perspectiva de crescimento de área, porém, também não deve recuar do nível atua. No Paraná, os produtores que têm a opção de plantar o milho 2ª safra privilegiam a semeadura do milho em detrimento do trigo, em virtude de maior rentabilidade. A remuneração não aumenta, mas, em compensação, o mercado está com maior liquidez. A manutenção de área também deve ser observada no Rio Grande do Sul, com 740 mil hectares de trigo plantados. Os preços estão interessantes, cobrindo o custo produtivo. Além disso, a semeadura do cereal é importante para a rotação com culturas de maior rentabilidade, como a soja. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.