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25/Set/2019

Indústria deve se adaptar aos hábitos de consumo

As mudanças nos hábitos de consumo chegaram com força à indústria de pães, massas e biscoitos. A busca por produtos sem glúten, orgânicos, com maior teor de proteína e de fermentação longa levou as empresas a adaptarem seus produtos, com o objetivo de se aproximar dos consumidores. Esta é uma tendência de consumo: alimento tem de ser gostoso e saudável. A tendência é de procura cada vez maior por alimentos orgânicos e 'livres de' (lactose, açúcar, glúten). Essa transformação não se resume às prateleiras de supermercados e atinge também as padarias e confeitarias. Para a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), a exigência do consumidor é do âmbito também da rastreabilidade das matérias-primas. O consumidor quer saber se o produto é vegano, fitness, com fibra, a origem da castanha e do óleo vegetal. O cenário macroeconômico, contudo, limita a possibilidade de inovação das indústrias para o atendimento das demandas de consumo.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), os brasileiros gostam de produtos diferentes. Quando há recursos, a procura é por produtos diferenciados, mas com restrição no orçamento, isso se restringe a nichos. Inovação não traz resultado no curto prazo. Até a economia melhorar, a oportunidade de sobrevivência ainda está nos produtos básicos: biscoito cream cracker, macarrão de sêmola, pão de forma de massa branca. O volume de vendas dessa indústria se mantém em 2,5 milhões de toneladas por ano. Representantes das indústrias e do varejo de alimentos à base de farinha apontaram também que a inovação do produto deve começar na lavoura, passar pelo moinho e ser finalizada no processo de beneficiamento e industrialização.

O processo de inovação e controle de qualidade da indústria moageira precisa ir ao encontro da exigência de produtos mais sofisticados. A indústria de panificação pede aos moinhos que deem esse movimento de salto de qualidade da farinha brasileira. O setor precisa de uma farinha de melhor qualidade. A observação da indústria de panificação não foi muito bem recebida por parte dos moinhos, que alegam recuos constantes na rentabilidade e dificuldades em repassar o preço do trigo à farinha. O esforço dos moinhos em fazer farinha de melhor qualidade é enorme, mas esbarra na realidade que nos obriga a atender à população que tem cada vez menor renda agregada. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), os moinhos enfrentam essa dicotomia entre inovação e rentabilidade, em ser diferentes e sustentáveis economicamente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.