25/Set/2019
O mercado mundial de trigo deve continuar sendo determinado pela Rússia, principal fornecedor, e pela Ásia, maior consumidor. A Rússia continua em tendência de crescimento constante de produção e exportação de trigo, através de incentivo governamental. Eles estão estrategicamente localizados, têm o custo de produção relativamente baixo, estabilidade portuária e investimentos do governo em logística e armazenagem. A região do Mar Negro responde por 35% do trigo comercializado no mundo, superando os Estados Unidos (15%), Canadá (15%), Europa (13%) e a Argentina (8%). Do lado da demanda, o Sudeste Asiático é o maior consumidor do cereal no mundo, ou 15% do total.
Quanto à Argentina, principal fornecedor de trigo para a indústria moageira do Brasil, as incertezas políticas e econômicas do país podem afetar sua posição no mercado. Até a definição das eleições presidenciais, será difícil prever se a Argentina vai continuar sendo um player, uma referência a políticas governamentais que possam ser adotadas por um eventual novo governo em relação às retenciones (impostos cobrados na exportação) e o grau de intervenção do governo no mercado.
Em relação ao Brasil, não é possível o descolamento dos preços praticados no mercado doméstico do mercado mundial, embora moinhos ainda resistam à essa premissa. O Brasil ainda é grande dependente de trigo importado, por isso, está atrelado ao mercado mundial e, consequentemente, à sua volatilidade. A precificação do trigo no mercado nacional tem como base a paridade de preço com a Argentina e que esta leva em conta o consumo do Sudeste Asiático e a produção da região do Mar Negro. Mesmo que o cereal nacional seja negociado em Reais e não haja bolsa de referência para os negócios, o Brasil está vulnerável às oscilações de mercado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.