24/Set/2019
O clima seco na última semana favoreceu o rápido avanço da colheita do trigo no Paraná. Este cenário tem resultado em quedas de preços mais expressivas frente às demais regiões do Sul do País. Com isso, os valores negociados no Paraná estão se aproximando dos verificados no Rio Grande do Sul, que, vale lembrar, são historicamente inferiores aos do Paraná. Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no Paraná está em R$ 871,65 por tonelada, com queda de 1,62% frente à média de agosto. No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 853,42 por tonelada, com alta de 3,32% em relação ao mês anterior. Com isso, a diferença entre os preços, que era de R$ 60,00 por tonelada em agosto (com vantagem para o trigo paranaense), passou a ser de R$ 18,23 por tonelada em setembro. Esse movimento de aproximação dos preços, no entanto, pode se alterar no próximo mês, tendo em vista a entrada de lotes de outros Estados no mercado do Rio Grande do Sul, além do produto da Argentina.
Quanto às negociações, por enquanto, os moinhos se mostram divididos em negociar com países do Mercosul ou com agentes nacionais, mesmo sendo período de colheita no Brasil. Os preços no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram recuo de 4,9% no Paraná, enquanto permanecem estáveis no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam queda de 2,4% no Paraná, 1,7% em São Paulo e 1,1% no Rio Grande do Sul. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 16 de setembro, 44% das lavouras já haviam sido colhidas. Entre as duas últimas semanas, houve melhora nas condições dos cultivares, com 51% em condições boas, 38%, em médias e 11%, ruins. Quanto às fases de desenvolvimento, 53% estão em maturação, 28%, em frutificação, 11%, em floração e 8% em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, o cenário é de criticidade, devido à atual fase de espigamento em que parte das lavouras.
De acordo com a Emater-RS, 19% das lavouras estão na fase de germinação, 50%, de floração, 30% em enchimento de grãos e apenas está pronta para ser colhida. Estes percentuais estão bem alinhados com o alcançado no mesmo período do ano de 2018. Na Argentina, 15% das lavouras do sul do país podem ter o crescimento e desenvolvimento limitados nesta temporada, devido ao clima desfavorável, o que tende a reduzir a produtividade. No entanto, 85% da área da região central apresenta boas características. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 76% da área de primavera do país foi colhida e 8% da área da temporada de inverno havia sido semeada até o dia 15 de setembro, ambas atividades com atraso no comparativo com o mesmo período do ano passado e em relação à média dos últimos cinco anos.
Com relação aos preços internacionais, o cenário é distinto. Enquanto os valores apresentam alta nos Estados Unidos, fundamentados no clima, na Argentina, o movimento é de leve recuperação, reflexo do maior dinamismo de negociações de trigo em grão para a safra 2018/2019. Nos últimos sete dias, o primeiro vencimento (Setembro/2019) do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra alta de 0,2%, a US$ 4,84 por bushel (US$ 177,93 por tonelada. Bolsa de Kansas, o trigo Hard Red Winter apresenta valorização de 1,9%, a US$ 4,07 por bushel (US$ 149,75 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB no Porto de Buenos Aires acumulam queda de 0,9% no mesmo período, a US$ 228,00 por tonelada. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, de agosto/2019 para setembro/19, a média no Porto de Buenos Aires subiu 4,35%, de US$ 207,35 por tonelada para US$ 213,38 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.