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18/Set/2019

Tendência de baixa dos preços internos e externos

Os preços externos do trigo em grão estão em queda, enquanto os domésticos mostram sinais de enfraquecimento. No mercado internacional, a pressão vem da maior disponibilidade do cereal, devido à colheita e ao aumento nos estoques de passagem. Na safra 2019/2020, o consumo global pode aumentar, mas a oferta ainda superará a demanda. No Brasil, o movimento de alta nas cotações de trigo tem perdido a força, influenciado pela colheita no Paraná. Mesmo com poucos lotes de grão de melhor qualidade disponíveis no mercado, as negociações internas se intensificaram. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 1% no Paraná, mas recuo de 0,7% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam avanço de 1,6% no Rio Grande do Sul e de 0,2% em São Paulo, mas queda de 2,1% no Paraná.

Nos Estados Unidos, no acumulado deste ano, as cotações futuras do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago, considerando-se o primeiro vencimento (setembro/2019), recuaram 3,5%, cotado atualmente a US$ 4,85 por bushel (US$ 178,48 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Red Winter registra desvalorização expressiva de 21,5% neste ano, a US$ 3,83 por bushel (US$ 140,91 por tonelada). Na Argentina, houve queda de 1,3% no mesmo comparativo, considerando-se os preços FOB do Ministério da Agroindústria, a US$ 230,00 por tonelada. Apesar deste cenário, há pouca disponibilidade de trigo para fixação de preço. Dados da Bolsa de Rosário apontam que, até o dia 4 de setembro, 86% do fornecimento total da temporada 2018/2019 já havia sido comprometido e, para a safra 2019/2020, este percentual é de 64%. Segundo dados divulgados no dia 12 de setembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de trigo na safra 2019/2020 deve somar 765,53 milhões de toneladas, 4,7% superior à da temporada anterior.

O consumo mundial do cereal pode crescer 2,6% e a relação estoque/consumo deve ser 38,1%. As transações mundiais devem ficar próximas das 180 milhões de toneladas na atual temporada, sendo que apenas Cazaquistão e Rússia devem ter suas exportações reduzidas. Quanto às importações, devem ser menores em pequenos países demandantes. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta leve reajuste positivo de 0,2% na área de semeio do trigo, a 2 milhões de hectares. Quanto à produtividade deve ser 0,7% menor, a 2,64 toneladas por hectare, e a produção nacional, por enquanto, está estimada para ser 0,5% inferior à anterior, a 5,4 milhões de toneladas. A previsão é de que o suprimento interno (estoque inicial + produção + importação) some 13,4 milhões de toneladas, ao passo que o consumo e as exportações totalizem 12,74 milhões de toneladas, com estoques finais (em julho/2020) podendo ser de 654,8 mil toneladas.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita alcançou 44% da área total do Paraná, rápido avanço nas duas últimas semanas. Quanto ao desenvolvimento dos cultivares, 50% das lavouras apresentam condições boas, 37%, médias e 14%, ruins. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, 33% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 47%, em floração e 20%, em enchimento de grãos. Na Argentina, voltou a chover na última semana, o que trouxe alívio para boa parte das lavouras. Assim, 85% das lavouras estavam entre normal e excelente até a semana passada, passando para 88% nesta semana. Quanto às condições hídricas adequadas, passaram de 80,6% para 84%, no mesmo comparativo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.