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09/Set/2019

Negociação da nova safra de trigo já ganha ritmo

A comercialização da safra de trigo no mercado doméstico começa a ganhar ritmo com o início da colheita 2019, principalmente no Rio Grande do Sul. Produtores e moinhos privilegiam, porém, negócios para entrega futura, no aguardo dos resultados da colheita do cereal, que já começou em algumas regiões e prossegue até novembro. Para entrega imediata, a efetivação de novos contratos está praticamente travada, em função do baixo volume de cereal disponível. Além disso, os moinhos ainda possuem estoques para utilização imediata e os produtores, sobretudo os do Paraná, preferem monitorar a flutuação dos preços até que se alcance um valor satisfatório para destravar as vendas. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a colheita de trigo ainda não começou de forma consistente e, com isso, poucos lotes têm sido comercializados.

Os produtores aguardam para checar a qualidade da safra, e então vender o trigo. A colheita em Ponta Grossa começa em outubro e prossegue até novembro. Agora, só há algumas variedades precoces sendo retiradas do campo. Os moinhos da região indicam, para a safra nova, referente a 2019, R$ 850,00 por tonelada FOB Castro. Os produtores indicam R$ 900,00 por tonelada, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Na região norte do Paraná, onde os trabalhos de campo já começaram, os moinhos indicam R$ 850,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, com negociações pontuais. O produtor tem feito poucas ofertas, pois prefere aguardar. Cooperativas do norte do Estado indicam R$ 870,00 por tonelada, valor um pouco acima do indicado pelos moinhos, mas a negociação não engrena. Para o trigo da safra 2018, a indicação cedeu para R$ 900,00 por tonelada, mas há poucos lotes disponíveis.

No Rio Grande do Sul, há registro de negócios pontuais para entrega futura. Na semana passada, o dólar por volta de R$ 4,15 e R$ 4,18 favoreceu a comercialização de lotes da próxima safra, porque desestimula a importação de cereal. Na região da Serra Gaúcha, há registro de negócios a R$ 700,00 por tonelada FOB, para entrega em outubro. Houve um maior interesse, especialmente, por parte da indústria de ração, porque com o fim da colheita de milho o setor começa a buscar outras alternativas para alimentação animal. Há maior interesse de moinhos por fechar cargas para entrega em outubro que em outros meses. Para entrega em novembro, há apenas consultas. Mas, os moinhos estão retraídos porque aguardam para avaliar a qualidade da colheita. A referência de preço para entrega imediata está em torno de R$ 900,00 por tonelada FOB Serra Gaúcha.

Quanto à entrada de trigo importado, o ritmo também segue lento, principalmente em virtude da valorização do dólar. Não há registro de novos negócios e os embarques estão centralizados para as Regiões Norte e Nordeste. A oferta da Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, já está normalizada. Logo após as eleições primárias, a indústria moageira brasileira relatou que os produtores argentinos estavam retraindo o cereal disponível, em virtude das incertezas do cenário político local e do risco de volatilidade cambial. O produtor argentino deixou de efetuar vendas para fazer hedge cambial. Esse movimento ocorreu por umas três semanas. Agora, o mercado já voltou à liquidez total. De acordo com o sistema de Estatísticas de Comercio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), em julho (dados mais recentes disponíveis) o Brasil importou 558,4 mil toneladas, volume 26,3% inferior ao reportado em igual mês do ano passado, de 757,9 mil toneladas.

O valor desembolsado com o produto do exterior recuou 29,7%. Em julho deste ano, a indústria gastou US$ 127,8 milhões com a aquisição do cereal. Entre as origens, a Argentina segue liderando as importações brasileiras, com 458,6 mil toneladas. Estados Unidos, Canadá, Paraguai e Uruguai também venderam trigo para o Brasil no mês de julho. Nos primeiros sete meses do ano, a indústria moageira nacional importou 3,891 milhões de toneladas, 1,6% a menos que o adquirido do mercado externo em igual intervalo de 2018, de 3,956 milhões de toneladas. No período, moinhos desembolsaram 10,4% a mais que em igual intervalo do ano anterior, gastando US$ 903,8 milhões com a aquisição do cereal externo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.