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27/Ago/2019

Tendência é de preços sustentados para trigo grão

A colheita de trigo ainda está no início no Brasil, mas a expectativa de safra menor já limita a possibilidade de quedas acentuadas nos preços domésticos, pelo menos no curto prazo. Os produtores estão mais ativos nas comercializações de contratos a termo para entrega do trigo a partir de meados de setembro, e muitos ofertam o produto a preços mais firmes. Apesar disso, a maioria dos moinhos está afastada das compras do grão no mercado interno. Essa retração, que é típica em período de colheita, limita alta mais expressivas nas cotações internas, especialmente em anos de oferta considerada satisfatória, cenário oposto ao esperado no Brasil neste ano-safra.

Nos últimos sete dias, os preços se mantêm estáveis no mercado de balcão (preço pago ao produtor) do Paraná, mas apresentam alta de 0,3% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 2% no Paraná, mas leve desvalorização de 0,1% no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Em relação aos preços para as entregas de setembro de 2019, nas principais regiões do Paraná, o valor médio de contratos no mercado de lotes é de R$ 835,54 por tonelada. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com a colheita mais tardia, considerando-se entrega para outubro de 2019, por enquanto, os valores estão entre R$ 700,00 e R$ 750,00 por tonelada.

Quanto à colheita, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), chega a apenas 1% no Paraná. Em relação às comercializações da safra 2019/2020, somam 6% até o momento, contra 4% no mesmo período do ano passado. Das lavouras que estão no campo, 54% apresentam condições boas, 37%, médias e 9%, ruins. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, 91% das lavouras estão em germinação e 9%, em floração. De modo geral, a condição sanitária da cultura até o momento é muito boa, e a perspectiva de produtividade ainda se mantém dentro do esperado. Ainda não é possível quantificar se houve danos significativos por conta de geadas.

Na Argentina, as lavouras de trigo se desenvolvem bem, sendo que 92,5% destas apresentam condições entre normal e excelente. Apesar disso, os produtores estão atentos à falta de chuvas e às baixas temperaturas, que podem prejudicar o trigo no centro e sul do país. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita do cereal de inverno avançou 4% no país frente à semana anterior e alcançou 93% da área total. Em relação às lavouras de primavera, 16% foram colhidas e, das que ainda estão se desenvolvendo, 93% apresentam condições boas, 7%, ruins e 1%, muito ruim.

Quanto aos preços internacionais, na Argentina, as cotações registram queda, mas as negociações estão mais aquecidas, devido à expectativa de oferta e produtividade volumosas. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB registram recuo de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 234,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o avanço da colheita e a competitividade com a Rússia (maior exportadora na temporada) têm derrubado os valores. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento do trigo Soft Red Winter registra alta de 1% nos últimos sete dias, a US$ 4,75 por bushel (US$ 174,64 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Red Winter apresenta desvalorização de 0,7% no mesmo período, a US$ 3,91 por bushel (US$ 143,85 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.