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06/Ago/2019

Tendência de preços firmes com agentes retraídos

No aguardo do início da colheita da safra 2019/2020, previsto para setembro, boa parte dos agentes permanece receosa quanto a novas negociações de trigo no mercado doméstico. Esse cenário tem mantido firmes os preços do trigo em grão neste início de agosto. Em julho, os preços subiram com certa força, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a demanda esteve mais aquecida por parte de moinhos de Santa Catarina. No mês passado, o preço médio no mercado de lotes registrou alta de 4,9% sobre o preço médio de junho no Rio Grande do Sul. Na mesma comparação, a elevação na média do Paraná foi menor, de 2,8%. Diante disso, a diferença entre os preços do trigo nestes dois Estados diminuiu. Enquanto em fevereiro deste ano o preço médio do Paraná chegou a ficar R$ 100,32 por tonelada acima do verificado no Rio Grande do Sul, em julho, essa diferença caiu para R$ 65,06 por tonelada.

Nos últimos sete dias, especificamente, as cotações no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 0,9% no Rio Grande do Sul e de 0,2% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 1,3% no Rio Grande do Sul e recuo de 0,4% no Paraná. No front externo, o cenário é de desvalorização. Nos Estados Unidos, a demanda enfraquecida e o avanço da colheita do trigo de inverno pressionaram as cotações. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2019 do trigo Soft Red Winter registrou queda de 4% entre junho e julho, fechando a US$ 5,03 por bushel (US$ 185,05 por tonelada) no último mês. Quanto ao trigo Hard Red Winter, negociado na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento recuou 4,9% no período, a US$ 4,40 por bushel (US$ 161,81 por tonelada) na média de julho. Na Argentina, as cotações também estão em queda. Apesar deste cenário, os produtores têm maior interesse em negociar neste momento.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os importadores se mostraram interessados em pagar, no FOB Porto de Buenos Aires, valor médio de US$ 244,00 por tonelada em julho. Este valor representa leve queda de 0,1% frente ao mês anterior. Este posicionamento dos produtores argentinos results em maiores negociações, especialmente para a temporada 2019/2020. Segundo a Bolsa de Rosário, até o momento, o volume já comercializado representa mais de 13% da oferta total estimada para esta safra e é o segundo maior já comercializado em menos de 18 anos, somando 3,1 milhões de toneladas. No Brasil, no campo, o semeio foi totalmente finalizado nos principais Estados produtores. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, até o dia 29 de julho, 64% das lavouras apresentavam condições boas, 28%, médias e 8%, ruins. Destas, 2% estão na fase de maturação, 35%, de frutificação, 28%, de floração e 35% estão em desenvolvimento vegetativo.

Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, a área estimada para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. De modo geral, as lavouras se desenvolvem bem, mas os produtores estão receosos quanto ao clima diante da possibilidade de novas temperaturas negativas e geadas em boa parte do Estado. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 29 de julho, a colheita do cereal de inverno no país apresentou avanço de 9% frente à semana anterior e alcançou 19% da área total. Em relação às lavouras de primavera, 73% apresentam condições entre boas e excelentes, 21%, médias e 6%, ruins e muito ruins. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio também está praticamente finalizado na Argentina, alcançando 99,2% da área total, com leve avanço de 2,8% entre as duas últimas semanas. Restam apenas 50 mil hectares para serem implantados. Do que está no campo, 96,3% apresentam condições entre normal e excelente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.