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30/Jul/2019

Produção de trigo brasileira deve recuar em 2019

A safra brasileira segue em desenvolvimento e a expectativa é de produção inferior à anterior. Diante disso, os agentes brasileiros estão atentos à entrada recorde de trigo da Argentina a partir de outubro. No geral, apesar da maior oferta, a Argentina deve diversificar as exportações de trigo neste ano, tendo em vista a diminuição das vendas externas de importantes players internacionais, como a Austrália. Nesse contexto, os moinhos brasileiros podem disputar o trigo argentino com outros países, vale lembrar que a Argentina é a maior fornecedora de cereal do Brasil e o Brasil é o principal comprador do país vizinho. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que a produção de trigo no Paraná pode diminuir 3%, somando 2,724 milhões de toneladas neste ano-safra (a estimativa divulgada no início de 2019 era de que o estado produzisse 3,23 milhões de toneladas). A produtividade deve ficar em 2,7 toneladas por hectare.

Destaca-se que as estimativas devem ser reajustadas com o andamento da safra. No spot, moinhos nacionais já se atentam aos maiores preços, especialmente na Região Sul do País. Cooperativas também elevaram os valores pagos aos produtores para estimular a comercialização. No entanto, vale destacar que este movimento se concentrou, por enquanto, na região oeste do Paraná, a qual pode apresentar maior perda em termos de produção na temporada 2019/2020. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de balcão (preço ao produtor) se mantêm estáveis no Paraná, mas registram alta de 0,2% no Rio Grande do Sul. No mercado de disponível (negociações entre empresas), os valores apresentam avanço de 2% Rio Grande do Sul e de 0,6% no Paraná. Em São Paulo, a proximidade da colheita e a ausência de compradores pressionam em 1% os valores na semana passada.

Na Argentina, por enquanto, ainda não há preços oficiais para entrega entre outubro e novembro de 2019. No entanto, as negociações para setembro/2019 sinalizam leves aumentos nos preços. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam valores de US$ 210,31 por tonelada, subindo para US$ 210,79 por tonelada. De acordo com o Ministério da Agroindústria, em relação aos valores FOB Porto de Buenos Aires, o valor é de US$ 242,00 por tonelada, redução de 0,8% nos últimos sete dias. Os futuros de trigo na Bolsa de Chicago se recuperaram, influenciados pelas maiores exportações do grão. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que o volume vendido na semana passada foi 90% maior que o do período anterior e 74% acima da média das últimas quatro semanas.

A alta, no entanto, foi limitada pela baixa competitividade do trigo norte-americano no mercado internacional. Nos últimos sete dias, o movimento é de baixa. Assim, o vencimento Setembro/2019 dos contratos do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago e do Hard Winter na Bolsa de Kansas registram queda respectivamente de 1,3% e 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 4,96 por bushel (US$ 182,25 por tonelada) e a US$ 4,32 por bushel (US$ 158,73 por tonelada). No campo, em relação ao desempenho dos cultivares nos campos brasileiros, no Paraná, houve declínio na qualidade do cereal. Na última semana, 63% apresentavam condições boas, 27%, médias e 10%, ruins. No período anterior, estes percentuais eram de, respectivamente, 67%, 24% e 9%. Destas que já foram implantadas, 18% estão na fase de frutificação, 33%, em floração, 48%, em desenvolvimento vegetativo e apenas 1%, em germinação.

Ao contrário do Paraná, no Rio Grande do Sul, não há sinalização de menor oferta neste momento. Informações da Emater-RS indicam que resta apenas 1% da área para ser semeada. Das lavouras implantadas, 97% estão em desenvolvimento vegetativo e 3%, em floração, em linha com o desempenho da semana passada. Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 21 de julho, a colheita do cereal de inverno apresentou bom avanço e alcançou 10% da área total. Quanto ao cultivar de primavera, 76% apresentam condições entre boas e excelentes, 20%, médias e 4%, ruins. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio evoluiu 4,3% nos últimos sete dias e alcançou 96,4% da área total. Ainda restam áreas de Santa Fé, Buenos Aires e La Pampa a serem implantadas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.