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29/Jul/2019

Comercialização de trigo lenta nesta entressafra

O mercado interno de trigo está praticamente parado. A comercialização, tanto futura como no spot continua em ritmo lento, apesar de o País estar no ápice da entressafra nacional. O primeiro Estado a começar a colher, o Paraná, tradicionalmente começa os trabalhos de campo apenas em setembro. No Rio Grande do Sul, que historicamente começa a plantar mais tarde, registrou atraso na semeadura desta safra e tende a iniciar a retirada do cereal do campo somente em novembro, trabalho que tradicionalmente ocorre em outubro. Os dois lados, produtor e moinho, aguardam a nova colheita. No Paraná, apenas contratos pontuais e para reposição de estoques são fechados. Na região dos Campos Gerais, há registro de negócios a R$ 950,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 40 dias. O mercado está pouco ofertado.

Após as geadas que afetaram o trigo plantado mais cedo no oeste do Paraná, os moinhos do Estado estão buscando trigo na Argentina para entrega em agosto. Nos Campos Gerais, a geada não causou grandes prejuízos às lavouras, mas há necessidade de chuvas nas próximas semanas. O clima está seco na região há cerca de dez dias. Para negociação futura da safra 2019, os compradores indicam R$ 750,00 por tonelada CIF, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, mas a pedida de venda é de R$ 800,00 por tonelada. Depois da geada, os vendedores se retraíram. No Rio Grande do Sul, além da baixa disponibilidade de cereal para comercialização imediata, a indústria moageira ainda detém reservas elevadas. Os moinhos alongaram estoques com cereal importado, estão com suprimento suficiente até a entrada da próxima safra.

A indústria realizou essa cobertura como prevenção de riscos climáticos que possam prejudicar a produtividade do cereal como ocorreu no ciclo passado. Lotes pontuais rodam a R$ 850,00 por tonelada, para cereal tipo pão a ser retirado no interior do Estado e a R$ 920,00 por tonelada, para carregamentos da mesma qualidade colocados na região de Porto Alegre. A vulnerabilidade do cereal a condições climáticas adversas também trava os negócios para entrega futura. Por ser uma cultura de risco, o vendedor tem receio em se comprometer com entrega de determinada qualidade de cereal e não conseguir cumprir por possível perda na lavoura. O preço, menor que o praticado para a safra atual, também afasta os produtores da negociação. Os moinhos indicam R$ 770,00 por tonelada CIF, enquanto a safra antiga é negociada a R$ 920,00 por tonelada CIF. Os vendedores estão com dificuldade de assimilar essa inversão de valores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.