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16/Jul/2019

Tendência de preços estáveis do trigo no disponível

A oferta e o consumo mundiais de trigo na safra 2019/2020 devem ser maiores que os da temporada anterior, cenário que pode elevar a relação estoque/consumo, sendo o terceiro maior patamar da história (37,89%), e pressionar as cotações no médio prazo. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a oferta mundial pode somar 771,46 milhões de toneladas, volume 1,2% inferior ao estimado no relatório anterior, mas 5,5% superior à produção de 2018/2019, reflexo do aumento na disponibilidade de países como a União Europeia, Austrália, Rússia e Ucrânia. O consumo, por sua vez, está estimado em 760,15 milhões de toneladas, 3,2% maior que em 2018/2019, mas queda de 0,4% de junho para julho. Dentre os principais consumidores, há sinalização de redução na Rússia, Ucrânia, Indonésia e Canadá. Quanto às transações mundiais, caíram entre junho e julho, devido à adversidade climática em importantes players internacionais. Vale destacar que, entre as safras 2018/2019 e 2019/2020, as comercializações devem se elevar.

No agregado da atual temporada, as transações mundiais podem somar 182,25 milhões de toneladas. Os países que mais devem importar são Bangladesh, Marrocos, Nigéria e Arábia Saudita. Quanto às vendas externas, Ucrânia, União Europeia, Austrália e Argentina devem registrar alta, devido ao aumento do excedente interno nesta temporada. No caso dos Estados Unidos, a oferta deve aumentar e os preços podem cair, contribuindo para a maior relação estoque/consumo mundial. Desta forma, no acumulado do ano, os preços futuros de trigo Soft Red Winter e do Hard Winter caíram 1% e 11,1%, respectivamente, para o contrato Setembro/2019, com médias de US$ 4,90 por bushel (US$ 176,87 por tonelada) e US$ 4,71 por bushel (US$ 173,33 por tonelada), na mesma ordem. Em relação ao Brasil, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2019/2020, a oferta deve ser de 5,49 milhões de toneladas, 1,1% maior que a da temporada anterior e 0,27% acima dos dados divulgados em junho.

Esse volume, mais as importações de 7,2 milhões de toneladas e os estoques iniciais de 831,8 mil toneladas, pode resultar em disponibilidade interna de 13,52 milhões de toneladas. Quanto aos preços de trigo no mercado doméstico, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), a queda é de 0,4% nos últimos sete dias no Paraná. No Rio Grande do Sul, os preços se mantêm praticamente estáveis (+ 0,04%). Em ambas as regiões, os produtores estão cautelosos nas negociações, atentos aos trabalhos de campo e às condições das lavouras. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam recuo em São Paulo e no Rio Grande do Sul nos últimos sete dias, com quedas de 0,4% e 0,1%, respectivamente. Apenas no Paraná, com negócios pontuais, os valores registam avanço de 0,2% no período. No Brasil, o semeio de trigo está na reta final no Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), resta apenas 1% para ser implantado no Paraná. A Emater-RS estima percentual de 4% no Rio Grande do Sul.

Especificamente no Paraná, a qualidade das lavouras foi prejudicada, primeiramente pela falta de chuvas e, posteriormente, pela ocorrência de geadas, cenário que deixou triticultores cautelosos. Das lavouras, 85% apresentam boas condições, 13%, médias e 2%, ruins, concentradas nos municípios de Francisco Beltrão, Ivaiporã, Maringá e Pato Branco. Vale ressaltar que até a semana passada não havia lavouras em condições ruins. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aponta que o semeio de trigo alcançou 85,8% da área total, avanço de 12% entre uma semana e outra. Apesar das boas condições climáticas, ainda há atrasos em toda a região central da área agrícola, devido ao excesso hídrico em boa parte do país. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o dia 7 julho, 64% das lavouras de inverno apresentam condições entre boas e excelentes, 26%, médias, 7%, ruins e 3%, muito ruins. Para o cultivo de primavera, os percentuais são de 78, 21 e 4, na mesma ordem. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.