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15/Jul/2019

Mercado em ritmo lento com moinhos abastecidos

Os negócios de trigo no mercado interno seguem em ritmo lento. De um lado, os moinhos estão com estoques cheios e por isso, aproveitam somente oportunidades pontuais, no aguardo de uma baixa nos preços. De outro, os produtores têm baixa disponibilidade de cereal de qualidade superior e retraem os lotes da oferta, à espera de uma alta no preço. A movimentação futura da safra 2019 travou, com a ponta vendedora atenta aos efeitos das geadas sobre os preços. No Paraná, apenas negócios pontuais são registrados no disponível. Na região dos Campos Gerais, há registro de negócios entre R$ 950,00 e R$ 970,00 por tonelada, para entrega imediata em moinhos da região e pagamento em 30 dias por trigo pão, acima dos R$ 930,00 a R$ 950,00 por tonelada indicados na semana anterior. A alta de preço está relacionada à falta de oferta, pois praticamente não tem mais trigo. A demanda também é limitada devido ao consumo fraco de farinha, embora tenha melhorado a perspectiva de trigo para ração com o clima frio e o aumento dos alojamentos de frangos e suínos.

A comercialização antecipada da safra 2019 estancou. Com a geada, os vendedores se retraíram. As lavouras plantadas mais cedo na região dos Campos Gerais foram prejudicadas. Os compradores indicam entre R$ 730,00 e R$ 750,00 por tonelada, para entrega em novembro e pagamento 30 dias depois. No Rio Grande do Sul, os moinhos estão presentes na negociação somente para reposição de estoques. As cotações do trigo importado e do nacional estão muito díspares, por isso a indústria moageira busca chegar em um custo médio. Além disso, os moinhos estão com estoques carregados de mercadoria de preço elevado. No Estado, há registro de negócios entre R$ 860,00 e R$ 870,00 por tonelada, para cereal tipo pão nível 1 posto em moinho na região de Canoas. As transações para entrega futura, durante a próxima safra, estão travadas por falta de acordo sobre o preço entre os agentes. Os vendedores indicam R$ 740,00 por tonelada para lotes tipo pão a serem retirados na região da Serra Gaúcha, enquanto os compradores indicam R$ 640,00 por tonelada nas mesmas condições.

A entrada do cereal importado também desacelerou. Moinhos devem retomar alguma operação em agosto, durante o ápice da entressafra. O mercado nacional está monitorando o impacto das geadas ocorridas no último fim de semana na Região Sul. O setor produtivo do Paraná está preocupado com possíveis perdas nas regiões norte e oeste. Nessas regiões, parte das lavouras se encontra em fase de floração e frutificação, quando as geadas são prejudiciais, podendo resultar em prejuízos na qualidade e na produtividade. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), na região que vai do oeste ao centro-oeste, passando pelo centro, onde as lavouras estão mais adiantadas, as geadas foram de intensidade moderada. O problema é que coincidiu com a fase suscetível de desenvolvimento das plantas, a partir do espigamento até o amadurecimento dos grãos. O Deral ainda está realizando levantamento de campo para avaliar os danos do fenômeno. O trigo demora para apresentar os sintomas.

O balanço dos prejuízos nas lavouras de trigo do Paraná será incluso no relatório mensal de estimativas para a safra de grãos. A próxima atualização será divulgada no dia 24 de julho. Os danos podem ir de redução de proteína e qualidade, se estiver na fase de enchimento dos grãos, a perda total da lavoura, com morte das plantas, quando no estágio emborrachamento. No Estado, a safra começou a ser cultivada no início de abril, por isso está em estágio avançado na comparação com o Rio Grande do Sul. O plantio da safra de trigo 2018/19 do Paraná atingia, até o dia 8 de julho, 99% da área estimada, de 1,006 milhão e hectares. Do total cultivado, 3% das lavouras estavam em germinação, 58% em desenvolvimento vegetativo, 29% em floração e 10% em frutificação.

No Rio Grande do Sul, que iniciou a semeadura de trigo no fim de maio, as baixas temperaturas, somadas ao tempo seco, foram positivas ao desenvolvimento das lavouras. Segundo a Emater-RS, o frio severo nessa etapa de desenvolvimento não costuma trazer nenhum impacto para a triticultura. Pelo contrário, as baixas temperaturas contribuem para o controle de doenças e pragas. O plantio do trigo alcançou 96% da área de 739,4 mil hectares no Estado até o dia 11 de julho. Conforme a entidade, 97% das lavouras estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. A semana passada foi de clima favorável ao desenvolvimento da cultura, principalmente pelas temperaturas baixas, coincidindo com o estádio inicial do perfilhamento. As boas condições do tempo contribuíram para uma boa recuperação das lavouras, que apresentavam germinação desuniforme, restando poucas áreas com estande abaixo do ideal. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.