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09/Jul/2019

Tendência de maior oferta com a colheita próxima

Enquanto o semeio avança no Brasil, os produtores começam a aumentar a intenção em negociar o trigo remanescente neste início de julho, contexto oposto do observado em junho, quando vendedores estavam retraídos. Como demandantes nacionais não estão muito ativos no mercado, atentos às menores vendas de farinhas e ao recebimento de bons volumes do grão importado, tem prevalecido a presença de vendedores neste começo de mês. Esse cenário, atrelado à disparidade entre os preços, limita as negociações. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as cotações registram alta de 0,4% no Rio Grande do Sul e de 0,1% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam avanço de 2,2% no Rio Grande do Sul e 1,5% no Paraná. No campo, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), aponta que, até o dia 1° de julho, o semeio de trigo havia atingido 96% da área estimada no Paraná.

Das lavouras que já estão no campo, 94% apresentam boas condições e 6%, médias. Quanto às fases de desenvolvimento, 5% estão em frutificação, 19%, em floração, 70%, em desenvolvimento vegetativo e 6%, em germinação. No Rio Grande do Sul, o semeio alcançou 88% da área total destinada ao trigo até o dia 4 de julho, avanço de 15 pontos percentuais em relação à semana anterior. Das lavouras já implantadas, 97% estão em germinação e 3%, em floração. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aponta que o semeio de trigo alcançou 73,8%. Apesar do clima favorável, ainda há atrasos em toda a região central da área agrícola. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, até o final de junho, 63% das lavouras de inverno do país estavam em condições entre boas e excelentes, 27%, em médias, 7%, em ruins e 3%, muito ruins. Para o cultivo de primavera, os percentuais são de 75%, 21% e 3%, na mesma ordem.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 419,74 mil toneladas de trigo em junho, 3,7% a mais que em maio. Desse total, 92,1% vieram da Argentina, 5%, do Paraguai e o restante, do Uruguai e Líbano. As exportações ficaram praticamente zeradas. No acumulado do ano-safra de 2018/2019 (de agosto/2018 a junho/2019), o volume importado soma 6,195 milhões de toneladas, 86% do total estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 7,2 milhões de toneladas. Com o dólar médio de R$ 3,86 em junho, a paridade foi de R$ 909,44 por tonelada FOB, abaixo dos R$ 944,18 por tonelada de maio. Considerando-se os valores em dólares, o preço médio da importação foi de US$ 235,54 por tonelada FOB origens.

Quanto aos preços externos, na Argentina, há estabilidade, reflexo da menor liquidez. Informações da Bolsa de Rosário apontam que 77% da safra 2018/2019 da Argentina foi negociada e, para a 2019/2020, esse número supera os 10%. De acordo com Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB Porto de Buenos Aires está cotado a US$ 245,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, os valores registram queda, influenciados pela redução na competitividade do trigo do país frente a outros players. Assim, o contrato Setembro/2019 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago apresenta baixa de 2,3% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,16 por bushel (US$ 189,23 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra recuo de 3,5% no mesmo período, a US$ 4,45 por bushel (US$ 163,6 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.