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08/Jul/2019

Mercado de trigo está lento com frio na Região Sul

O setor tritícola do Brasil monitora o frio severo que atinge o Paraná e o Rio Grande do Sul, maiores produtores de trigo do País. O setor produtivo do Paraná está preocupado com possíveis perdas nas regiões norte e oeste, devido a geadas. No Rio Grande do Sul, os produtores avaliam que, se mesmo com as baixas temperaturas os dias forem ensolarados, as lavouras devem se desenvolver bem. Nos últimos sete dias, os negócios internos evoluem pouco. Os agentes estão fora das negociações, porque querem esperar para analisar o impacto dessa onda de frio. A apreensão é grande por toda a cadeia. A previsão meteorológica indicou possibilidade de geada para este fim de semana em ambos os Estados. As condições são adversas para o atual estágio de desenvolvimento do trigo no Paraná, onde a safra começou a ser cultivada no início de abril.

Parte das lavouras se encontra em fase de floração e frutificação, quando eventuais geadas são prejudiciais, resultando em prejuízos na qualidade e na produtividade. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), até o dia 1º de julho, 6% das lavouras estavam em germinação, 70% em desenvolvimento vegetativo, 19% em floração e 5% em frutificação. O Estado já plantou 96% da área estimada, de 1,006 milhão de hectares. Na sexta-feira (05/07), o Deral alertou para a possibilidade de geadas em Maringá, onde 20% das lavouras estão em floração, e em Toledo, onde 30% estão em floração e 10% em frutificação. Em compensação, para o Rio Grande do Sul, que iniciou a semeadura de trigo no fim de maio, geadas neste momento pouco afetam. Segundo a Emater-RS, o frio severo nessa etapa de desenvolvimento não costuma trazer nenhum impacto para a triticultura. Pelo contrário, as baixas temperaturas contribuem para o controle de doenças e pragas.

O plantio do trigo atinge 88% da área de 739,4 mil hectares no Rio Grande do Sul, avanço de 15% ante a semana anterior. Das lavouras, 97% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. Quanto à comercialização, a disputa entre produtores e compradores em relação a preço trava os negócios. A oferta de cereal no spot é pequena. Os que possuem trigo disponível estão retraídos, na expectativa de uma alta nos preços, em decorrência de possíveis perdas geradas pela onda de frio. No Paraná, os produtores indicam RS 950,00 por tonelada FOB no interior do Estado para cereal tipo pão, enquanto a indústria moageira indica o mesmo valor com frete incluso para lotes a serem entregues na região de Curitiba. Nessas condições, só contratos pontuais são fechados, quando as duas partes entram em acordo de preço.

A comercialização também está mais regionalizada por causa do peso das cotações do frete no preço final. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, há registro de negócios pontuais entre R$ 820,00 e R$ 830,00 por tonelada de trigo pão, para retirada imediata e pagamento à vista, mas a maioria dos compradores indica R$ 800,00 por tonelada. Os preços se mantêm estáveis nos últimos sete dias. Os compradores estão bem abastecidos e tem entrado trigo e farinha da Argentina. Para a negociação antecipada da safra 2019, a indicação de compra é de R$ 600,00 por tonelada, para entrega de dezembro a janeiro no Porto de Rio Grande e pagamento 30 dias depois. Neste momento, os vendedores estão afastados do mercado. O setor monitora também o avanço da votação da Reforma da Previdência e seus reflexos sobre o câmbio, que influencia na importação de trigo pela indústria moageira brasileira. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.