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02/Jul/2019

Preços do trigo grãos seguem sustentados no ano

A média de preços do trigo no primeiro semestre de 2019 ficou superior à do mesmo período do ano passado. Em termos nominais, inclusive, as médias de janeiro a junho dos foram as maiores da série do Cepea, iniciada em 2004. Isso está linha com a expectativa inicial de agentes de mercado, de que em 2019 o mercado de trigo se fundamentaria mais em fatores de sustentação do que de pressão. Esse movimento esteve atrelado à baixa oferta do grão de boa qualidade, à entressafra brasileira, especialmente, às exportações. Neste último caso, os embarques de 2019 chamaram a atenção, tendo em vista que as importações também foram volumosas. Assim, entre janeiro e junho deste ano, o preço médio em São Paulo foi de R$ 926,55 por tonelada; no Paraná, de R$ 881,47 por tonelada; em Santa Catarina, de R$ 934,31 por tonelada e no Rio Grande do Sul, de R$ 802,14 por tonelada, sendo, respectivamente, 7,4%, 9,8%, 14,7% e 14,2% acima das observadas no primeiro semestre de 2018. Mensalmente (de 31 de maio a 28 de junho), no mercado de balcão (valor recebido pelo produtor), as cotações registraram avanço de 0,2% no Rio Grande do Sul e recuaram 0,3% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores caíram 1,4% no Paraná e 1% no Rio Grande do Sul, mas subiram 0,1% em São Paulo. Nos últimos sete dias, especificamente, no mercado de balcão, as cotações registram alta de 0,1% no Rio Grande do Sul, mas recuo de 0,4% no Paraná. No mercado de lotes, os apresentam avanço de 0,5% em São Paulo. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as desvalorizações são de 0,9% e 0,3%, na mesma ordem. No campo, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo no Paraná havia alcançado 91% da área estimada até o dia 24 de junho. Das lavouras que já estão no campo, 95% apresentam boas condições e 5%, médias. Quanto às fases de desenvolvimento, 6% estão em floração, 88%, em desenvolvimento vegetativo e 6%, em germinação. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, o semeio cobriu 73% da área total destinada ao trigo. Das lavouras já implantadas, 97% estão em germinação e 3%, em floração. De modo geral, o avanço foi notório, devido ao clima favorável.

A alta na cotação do grão de trigo e o rápido progresso da colheita de milho, por sua vez, levaram os produtores brasileiros e argentinos a aumentarem a área de semeio do cereal de inverno. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, na Argentina, a área pode ser de 6,6 milhões de hectares, contra as 6,4 milhões de ha estimadas inicialmente. Apesar da boa expectativa quanto ao trigo nesta temporada, os preços avançaram, devido à possibilidade de ocorrência de novas geadas. Este fator aliado às recorrentes temperaturas baixas desaceleram a germinação e o crescimento das lavouras. Por enquanto, a Bolsa de Rosário ressalta que esse cenário ainda não prejudicou os cultivares, mas já preocupa os produtores. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB no Porto de Buenos Aires é de US$ 245,00 por tonelada, alta de 0,4% nos últimos sete dias. Em junho, a valorização é de 2,1%. Quanto aos trabalhos de campo, na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aponta que o semeio de trigo alcançou 60,9% da área estimada. Nos Estados Unidos, o movimento das cotações é parecido, com a sustentação vindo da expectativa de menor área de semeio.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam diminuição de 19,34 milhões de hectares em 2018 para 18,45 de hectares em 2019. Desta forma, no acumulado do mês de junho, o contrato Julho/2019 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago subiu 5%, fechando a US$ 5,28 por bushel (US$ 194,01 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, por outro lado, o contrato de mesmo vencimento, do trigo Hard Winter, recuou 4,5% no mês passado, a US$ 4,51 por bushel (US$ 165,90 por tonelada). Nos últimos sete dias, especificamente, o contrato Julho/2019 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra avanço de 0,4%, mas na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 0,2%. O USDA aponta que 61% das lavouras de inverno apresentam condições entre boas e excelentes, 28%, médias, 8%, ruins e 3%, como muito ruins até o dia 23 de junho. Para o cultivo de primavera, 77% das lavouras estão em boas e excelentes condições, 22%, em médias e apenas 3%, ruins. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.