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01/Jul/2019

Comercialização lenta de trigo com oferta restrita

A comercialização interna de trigo segue em ritmo lento. Do lado da oferta, há pouco volume disponível para negociação. Do lado da demanda, estoques elevados fazem com que o apetite da indústria moageira diminua. No Paraná, há registro de negócios entre R$ 930,00 e R$ 950,00 por tonelada, para entrega imediata em Ponta Grossa e pagamento de 30 a 40 dias. Os preços se mantêm estáveis nos últimos sete dias e a oferta é muito restrita. Os moinhos continuam esticando estoques em meio ao consumo fraco de farinha. Quanto à negociação antecipada da safra 2019, os compradores indicam R$ 730,00 por tonelada CIF em Ponta Grossa, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, valor inalterado nos últimos sete dias, mas os vendedores indicam R$ 750,00 por tonelada. Na região dos Campos Gerais, o plantio já está próximo de ser concluído.

Após as chuvas na semana passada, os produtores que costumam semear parte da área em julho devem concluir os trabalhos. No Rio Grande do Sul, a disparidade entre os preços de compra e venda também limita o mercado. Em Passo Fundo, os produtores indicam R$ 850,00 por tonelada, já os compradores indicam R$ 800,00 por tonelada FOB, para cereal tipo 1 pão. A negociação de lotes para entrega futura também está lenta. Para contratos com entrega na próxima safra, por meados de janeiro e fevereiro, é indicado entre R$ 720,00 e R$ 730,00 por tonelada colocada no porto. A entrada de cereal importado também está menor. Os moinhos estão com reservas, tanto de cereal nacional quanto importado. De acordo com o sistema de Estatísticas de Comercio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), em maio (últimos dados disponíveis) o Brasil importou 404,7 mil toneladas, volume 1,8% superior ao reportado em igual mês do ano passado, de 397,5 mil toneladas.

O valor desembolsado com o produto do exterior cresceu 14,4%. Em maio deste ano, a indústria gastou US$ 95,6 milhões com a aquisição do cereal. Entre as origens, a novidade está na aquisição de 49,3 mil toneladas de trigo do Uruguai. A Argentina segue liderando as importações com 326 mil toneladas. Paraguai, Estados Unidos e Líbano também comercializaram trigo para o Brasil no mês de maio. No acumulado do ano, a indústria moageira nacional importou 2,912 milhões de toneladas, 11% a mais que o adquirido do mercado externo nos primeiros cinco meses de 2018, de 2,613 milhões de toneladas. No período, os moinhos desembolsaram 34% a mais que em igual intervalo do ano anterior, gastando US$ 677 milhões com a aquisição do cereal externo. O nível de micotoxina Desoxinivalenol (DON) permitido no trigo, na farinha e nos derivados volta à pauta da cadeira produtiva e da indústria moageira.

Desde janeiro, entraram em vigor limites mais restritivos para o nível máximo de DON permitidos em pães, massas e biscoitos. O tema será a pauta do Fórum Nacional do Trigo, que será realizado na próxima terça-feira (02/07) em Passo Fundo (RS). No evento, pesquisadores, moinhos e produtores irão discutir os impactos dos novos limites de DON na pesquisa, no campo e na indústria e os métodos para redução da micotoxina. A Anvisa estabelece o limite máximo permitido de DON em 3000 ppb (partes por bilhão) para trigo em grão e 750 ppb para farinha de trigo e derivados. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a aquisição de trigos com limites de DON, até 3.000 ppb, geram perdas entre 7% a 10%, pois o resíduo não poderá ser reaproveitado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.