ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Jun/2019

Preço do trigo grão descolado da cotação externa

Os preços externo e interno do trigo apresentaram comportamentos distintos em maio. Enquanto no mercado internacional os valores avançaram, no Brasil, oscilaram, influenciados pela cautela quanto às novas aquisições do produto no País, já que agentes aguardam um momento mais favorável para negociações, muitos indicam que as vendas de farinhas estiveram fracas. Desta forma, as compras do grão foram pontuais ao longo de maio, no intuito de suprir estoques de moinhos no curto prazo. Desta forma, entre 30 de abril e 31 de maio, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços recuaram 2% no Rio Grande do Sul e 0,9% no Paraná. Em Santa Catarina, houve leve alta de 0,4%. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os valores caíram 0,9% no Paraná, 0,6% em Santa Catarina e 0,4% em São Paulo.

No Rio Grande do Sul, os preços ficaram praticamente estáveis (+0,2%). Nos últimos sete dias, especificamente, os valores no balcão registram leve avanço de 0,4% no Paraná, mas recuo de 0,7% no Rio Grande do Sul. Quanto ao mercado de lotes, os valores apresentam avanço de 2,5% em São Paulo, 1,7% em Santa Catarina, 0,9% no Paraná e apenas 0,2% no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, as cotações subiram nos Estados Unidos e na Argentina. O dólar também se valorizou, chegando a operar acima dos R$ 4,00 em maio. A média do mês foi de R$ 3,99. Nos Estados Unidos, o impulso veio do clima desfavorável às lavouras de primavera. A possibilidade de a umidade seguir elevada em áreas produtoras do país pode resultar em novos atrasos na implantação do cereal. O contrato Julho/2019 do Soft Red Winter subiu 2,4% entre os dois últimos meses, com média de US$ 4,61 por bushel (US$ 169,63 por tonelada) em maio.

Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Winter se valorizou 0,4%, a US$ 4,21 por bushel (US$ 155,03 por tonelada) em maio. Nos últimos sete dias, especificamente, a alta é de 2,8% para o Soft Red Winter, na Bolsa de Chicago, a US$ 5,03 por bushel (US$ 184,82 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter acumula valorização de 0,4%, a US$ 4,73 por bushel (US$ 173,80 por tonelada). Na Argentina, o maior volume de venda de farinhas desde as últimas sete safras elevou os preços da matéria-prima, uma vez que indústrias tentam antecipar as aquisições do cereal no curto prazo. Dados da Bolsa de Rosário apontam que as exportações de farinhas originadas na Argentina somam 315 mil toneladas. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agroindústria, os valores FOB no Porto de Buenos Aires encerraram maio a US$ 240,00 por tonelada, com valorização de 9,1% nos últimos sete dias e de 9,6% no acumulado do mês de maio.

Considerando-se entrega e pagamento em julho de 2019, no Porto de Buenos Aires, os valores registram leve alta. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até a semana passada, o valor médio, nestas condições de negociação, era de US$ 198,60 por tonelada, mas, na semana atual, passou para US$ 199,89 por tonelada. Quanto aos trabalhos de campo, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 65% da área havia sido cultivada no Paraná até o dia 27 de maio. Das lavouras que estão no campo, 95% estão em boas condições e 5%, médias. Destas, 78% estão em desenvolvimento vegetativo e 22%, germinação. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS divulgou as primeiras estimativas quanto à área de semeio, produtividade e produção. Os dados apontam que a oferta deve ficar 7,54% inferior à de 2018, a 1,62 milhão de toneladas na safra 2019/2020.

A produtividade também pode ser menor em 11,21% passando para 2,19 toneladas por hectare. Quanto ao semeio, houve pouco avanço, devido à elevada umidade do solo. Na região da Fronteira Noroeste e Missões, 8% da área total havia sido implantada até a última semana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que 84% do trigo de primavera já havia sido semeado até o dia 26 de maio no país. Destas lavouras, 47% já emergiram. Quanto ao grão de inverno, 13% apresentam condições excelentes, 78%, boas, 7%, ruins e 2%, muito ruins. Na Argentina, de acordo com dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura havia alcançado 7,7% até a semana passada, cobrindo 490 mil hectares. A diminuição das chuvas no período permitiu o avanço da semeadura. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.