27/Mai/2019
Operadores de mercado afirmam que nos últimos dias o volume desembarcado de trigo importado está menor. A forte valorização do dólar ante o Real, que operou acima de R$ 4,00 durante a semana passada, encarece as compras externas. O dólar afastou os moinhos do trigo argentino. Alguns já haviam feito hedge para câmbio e preço, mas, mesmo assim, optaram por não comprar. No Rio Grande do Sul, operadores observaram a entrada de farinha da Argentina. Quanto à comercialização interna, esta evolui pouco. Tanto no Rio Grande do Sul quanto no Paraná são negociados apenas lotes pontuais.
A indústria moageira tem usado como argumento para não alongar os estoques o baixo consumo de derivados de farinha. Os produtores, por outro lado, estão retraídos após a queda recente dos preços do grão. Os moinhos não conseguem repassar o custo para o preço da farinha e derivados, estão moendo menos porque também estão vendendo menos. Então, os estoques continuam altos e as contas não fecham. Os moinhos reforçaram os estoques esperando uma melhora no consumo depois das férias escolares e com a entrada do outono, com temperaturas mais amenas, o que não ocorreu. A situação se repete no Rio Grande do Sul, com a grande diferença entre os preços indicados por moinhos e produtores. Há um volume disponível reduzido de trigo, que está em mãos de poucos produtores, que aproveitam a situação de baixa oferta para elevar o preço do cereal.
Os vendedores estão indicando muito acima do que custo do moinho suportaria. No Rio Grande do Sul, os moinhos indicam R$ 800,00 por tonelada FOB, para trigo tipo pão a ser retirado na Serra Gaúcha, enquanto os produtores indicam a partir de R$ 850,00 por tonelada, nas mesmas condições. No Paraná, os produtores indicam R$ 900,00 por tonelada FOB, para cereal tipo pão e retirada na região dos Campos Gerais, enquanto os compradores indicam entre R$ 870,00 e R$ 890,00 por tonelada FOB para cereal de mesma qualidade e entre R$ 920,00 e R$ 950,00 CIF em moinho da região metropolitana de Curitiba. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.