18/Dec/2025
Segundo a StoneX, a soja segue pressionada na Bolsa de Chicago porque o ritmo das compras chinesas continua aquém do que o mercado esperava para o fim do ano, apesar da demanda interna firme nos Estados Unidos e de novas aquisições recentes pelo governo chinês. O ponto central não é se a China está comprando, mas a velocidade desse fluxo. A pergunta é: se a China está comprando soja dos Estados Unidos e a demanda norte-americana está forte, por que a soja continua caindo? A resposta está no ritmo. A China adquiriu cerca de 668 mil toneladas de soja norte-americana nos últimos dias, levando o total comprado nos dois meses mais recentes para algo entre 4,4 milhões e 5 milhões de toneladas. O volume, porém, permanece distante da expectativa criada em torno de até 12 milhões de toneladas até o fim de dezembro, número citado por integrantes do governo dos Estados Unidos. Mesmo nesse cenário mais otimista, o resultado ficaria bem abaixo dos 24,7 milhões de toneladas registradas no ano anterior.
Está indo na direção certa, mas ainda decepciona quem esperava uma aceleração mais forte. Nos Estados Unidos, os sinais de consumo seguem positivos. O esmagamento de soja atingiu 237,1 milhões de bushels em outubro, recorde confirmado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para novembro, a Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa) estimou 216,04 milhões de bushels, número inferior ao de outubro, mas acima do registrado um ano antes. Esses dados reforçam que a demanda doméstica não é o problema do mercado. Há confirmação clara de consumo interno. Outro ponto acompanhado de perto pelos agentes é o movimento da estatal chinesa SinoGrain, que realizou leilões de soja das safras 2022 e 2023. A aceitação foi elevada, acima de 60% nos dois eventos, o que alimenta a leitura de que a China estaria abrindo espaço nos estoques para futuras compras externas. Ainda assim, esse sinal não foi suficiente para mudar o humor do mercado. Na América do Sul, o quadro segue confortável do lado da oferta.
A estimativa para a safra brasileira continua próxima de 178 milhões de toneladas. Há relatos de chuvas excessivas em áreas centrais do País e de tempo mais seco no Rio Grande do Sul, além de comentários sobre possível influência do fenômeno climático La Niña em janeiro, mas esses fatores ainda não alteram o cenário geral. Fundamentalmente, a América do Sul continua pressionando os preços. Em outros mercados, o trigo enfrenta fundamentos negativos, com forte concorrência de exportação e produção elevada em países como Rússia e Argentina. Ainda assim, os indicadores técnicos apontam para chance de reação de curto prazo, especialmente com fundos ajustando posições perto do fim do ano. Para o milho, a confirmação de uma safra chinesa de 301,2 milhões de toneladas reforça o viés baixista, somando-se às boas perspectivas de produção no Brasil e na Argentina, apesar de problemas climáticos localizados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.