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09/Dec/2025

China reduzindo compras de soja norte-americana

Segundo a AgResource, o mercado de soja na Bolsa de Chicago opera pressionado pela oferta global abundante e o ritmo fraco de exportações dos Estados Unidos. A China comprou nesta segunda-feira (08/12) mais duas cargas de soja norte-americana (operações que podem ter sido fechadas nos últimos dois ou três dias), mas o ritmo segue muito abaixo do ano passado. Mesmo mantendo compras diárias até fevereiro, a China deve atingir cerca de 12 milhões de toneladas, ante aproximadamente 20 milhões no mesmo período de 2024. A grande questão é se os Estados Unidos perderam permanentemente 8 milhões de toneladas de demanda pelas exportações norte-americanas de soja ou se isso volta na primavera e no verão. Na semana encerrada em 6 de novembro, os Estados Unidos venderam apenas 520 mil toneladas de soja, contra 1,25 milhão na semana anterior.

A análise de ritmo indica exportações máximas de 39 milhões de toneladas no ciclo, abaixo da projeção oficial de 44,5 milhões de toneladas. A China precisa comprar muito no dia a dia, mas a colheita brasileira recomeça em breve e ganha força em 45 dias. Esses são os desafios. O cenário de ampla oferta torna difícil qualquer aperto nos balanços globais. A AgResource projeta estoques exportáveis de 226 milhões de toneladas das principais commodities agrícolas em 2025/2026, cerca de 20 milhões de toneladas acima da estimativa atual do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os números da última semana reforçaram o quadro. A Austrália elevou a produção de cevada para recorde de 15,8 milhões de toneladas. O Canadá finalizou a safra de trigo em 40 milhões de toneladas, também recorde histórico, e aumentou a canola em 1,8 milhão de toneladas, para 21,8 milhões de toneladas.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires mantém o trigo argentino em 25,5 milhões de toneladas, outro recorde. Limpar esses estoques vai continuar no radar. Por isso é importante estar preparado e aproveitar a volatilidade do mercado. No front climático, dezembro é determinante para a soja brasileira e o milho argentino. As chuvas dos últimos três dias foram intensas nas principais regiões produtoras do Brasil e seguem na Argentina. A previsão para as próximas duas a três semanas indica condições favoráveis. A água provavelmente não será problema na América do Sul pelo menos nas próximas duas ou três semanas. Estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já indicam rendimentos próximos à tendência histórica. Na Argentina, as áreas que precisarão de chuva após as próximas duas semanas apresentam hoje a melhor umidade do solo, resultado das precipitações abundantes de novembro e início de dezembro.

A safra de milho está 79% classificada entre boa e excelente, índice historicamente alto. Por ora, não há ameaças à produção sul-americana. O governo dos Estados Unidos deve liberar um pacote de ajuda aos agricultores para cobrir perdas da guerra comercial com a China. O montante esperado é de US$ 12 bilhões, similar ao programa do conflito tarifário anterior. O subsídio deve priorizar produtos mais afetados pelo comércio com a China, incluindo sorgo e soja. Os produtores precisam se preparar para maximizar as receitas com esse auxílio. O impacto sobre as vendas dos agricultores será a questão-chave daqui para frente. O USDA deve reduzir a projeção de exportações norte-americanas de soja entre 1,4 milhão e 2,7 milhões de toneladas no relatório mensal de oferta e demanda (Wasde), a ser divulgado nesta terça-feira (09/12). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.