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08/Dec/2025

Preços da soja pressionados no mercado interno

As negociações envolvendo soja e derivados estão em ritmo lento neste começo de dezembro, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Enquanto boa parte dos consumidores está abastecida e à espera de quedas nas cotações, muitos produtores se mostram capitalizados e pouco dispostos a ofertar novos lotes no spot. Vale lembrar que, em um cenário de disponibilidade elevada, os negócios já foram significativos ao longo de 2025. Esses produtores estão focados nas atividades de campo e preocupados diante das possíveis perdas de produtividade, especialmente em regiões que enfrentam déficit hídrico. Inclusive, a percepção desses agentes é de que é pouco provável que a safra 2025/2026 alcance as 177 milhões de toneladas previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A semeadura da soja alcançou 86% da área nacional até 29 de novembro, pouco abaixo dos 90% no período equivalente da safra passada.

Na Região Centro-Oeste, a atenção está voltada às chuvas irregulares e à baixa umidade do solo em áreas importantes de cultivo. A semeadura foi encerrada em Mato Grosso e está na reta final em Mato Grosso do Sul, somando 96% da área. Em Goiás, o cultivo alcançou 85% da área destinada à soja. Na Região Sul do Brasil, o Paraná também avança para o encerramento da semeadura, com 97% da área cultivada. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as atividades estão mais lentas, com 65% das respectivas áreas concluídas, devido ao baixo índice pluviométrico. O lado bom é que, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), há probabilidade de chuvas mais volumosas a partir da segunda quinzena de dezembro nesses Estados. Na Região Sudeste, as chuvas seguem favoráveis às lavouras em São Paulo, onde a semeadura já está concluída. Em Minas Gerais, a baixa umidade do solo prevalece, e a semeadura alcançou 84,9% até o dia 29 de novembro.

De acordo com o Cptec, chuvas devem atingir o Triângulo Mineiro nos próximos dias. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o Maranhão é o Estado com o maior déficit de umidade; por isso, a semeadura alcançou apenas 24% da área destinada à oleaginosa. O Piauí também registra chuvas irregulares, com 56% da área cultivada, mas as recentes precipitações trouxeram alívio aos produtores. Na Bahia e em Tocantins, as chuvas seguem favorecendo as atividades nesta temporada; a semeadura alcançou 87% e 83% nas respectivas regiões até 29 de novembro, de acordo com a Conab. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,5%, cotado a R$ 141,26 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ também registra queda de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 135,21 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações apresentam recuo de 0,5% nos mercados de balcão (pago ao produtor) e de lotes (negociações entre empresas). A queda nos preços da soja foi limitada pelo ritmo elevado das exportações. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 4,19 milhões de toneladas de soja em novembro deste ano. Embora este volume seja 37,6% inferior ao escoado em outubro/2025, ficou significativos 60,8% acima do de novembro/2024. Com isso, na parcial de 2025 (de janeiro a novembro), as exportações de soja somam um recorde de 104,79 milhões de toneladas, 8,3% superior ao escoado no mesmo período de 2024. A China aumentou as importações de soja do Brasil em 14,2% neste ano (até novembro), alcançando recorde de 82,82 milhões de toneladas. Os embarques brasileiros da oleaginosa também se ampliaram para Argentina (73,5%), Vietnã (11,3%), Portugal (30,47%), Grécia (36,2%), França (527%), Peru (76,6%), Líbano (66,7%) e Guiana (63,8%).

O Brasil exportou, em novembro, 1,72 milhão de toneladas de farelo de soja, 19,8% abaixo do volume escoado em outubro/2025, mas 2,5% acima do embarcado há um ano. Na parcial de 2025, as exportações do derivado somam 21,29 milhões de toneladas, um recorde. A venda do derivado no mercado nacional está aquecida neste começo de dezembro, com preços oscilando entre as regiões. O preço do farelo de soja registra avanço de 0,3% nos últimos sete dias. As vendas externas do óleo de soja, por sua vez, somaram 47,2 mil toneladas em novembro; este é o volume mais baixo desde fevereiro/2024, de 22,6 mil toneladas. Na parcial deste ano, os embarques deste coproduto somam 1,24 milhão de toneladas, 10,2% acima da quantidade escoada em período equivalente de 2024. No spot nacional, as vendas também estão enfraquecidas. Deste modo, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) tem desvalorização de 2,7% nos últimos sete dias, para R$ 6.796,00 por tonelada. No mercado internacional, os preços da soja e do farelo estão em baixa, sobretudo devido às baixas demandas externas e internas. O preço do óleo está sustentado pela maior procura global. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.