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04/Dec/2025

Prêmios devem cair em 2026 com acordo EUA-China

Segundo o Rabobank, os prêmios da soja brasileira devem recuar em 2026 após o acordo comercial entre Estados Unidos e China, mas a Bolsa de Chicago tende a sustentar as cotações internas. Dificilmente o mercado verá novamente os prêmios próximos de US$ 2,00 por bushel registrados em 2025, quando a China buscou volumes brasileiros diante da ausência de embarques norte-americanos. Desde o anúncio do acordo entre Estados Unidos e China, houve mudança nas variáveis de formação de preço: a Bolsa de Chicago reagiu aos fundamentos dos Estados Unidos, enquanto o prêmio brasileiro perdeu força, principalmente para a safra 2025/2026. O compromisso prevê que a China deve importar 12 milhões de toneladas de soja norte-americana. Aproximadamente 4 milhões já foram adquiridos, mas nenhum embarque ocorreu até agora. O fluxo deve começar agora em dezembro. Porém, continuam valendo tarifas de 13% sobre as importações chinesas de soja e que há incerteza tanto sobre o cumprimento do acordo quanto sobre eventuais novas tarifas dos Estados Unidos.

O Rabobank projeta a safra brasileira em 177 milhões de toneladas em 2025/2026, com alta de 2% na área plantada, mesmo com um ambiente financeiro pressionado e casos de recuperação judicial no setor. Se o clima permitir, isso vai significar mais uma safra recorde no Brasil. Entretanto, que o elevado nível de alavancagem e a possibilidade de o mercado voltar a focar nos fundamentos podem resultar em preços menores nos próximos ciclos, exigindo atenção às margens. O plantio está acima do ritmo do ano passado. Houve replantio pontual, mas não generalizado, e as lavouras são descritas como boas na maior parte das regiões. A previsão indicava chuvas adequadas, favorecendo o enchimento de grãos em áreas de Mato Grosso e do Paraná. Para a Região Sul, os modelos apontam intensificação das precipitações após 10 de dezembro. Dezembro e janeiro são decisivos porque a demanda hídrica da soja é maior nesses meses. O banco estima exportações brasileiras de 110 milhões de toneladas em 2025, 13 milhões acima do volume do ano passado.

Para 2026, a projeção é de embarques próximos aos do ciclo atual. As compras do acordo EUA-China estão sendo feitas pelo governo chinês e resultam em margens ruins para o esmagamento na China, o que reforça que o movimento tem caráter mais político do que econômico. Esse volume está sendo realizado muito mais para cumprir o acordo. Para o processamento interno, a projeção é de 58 milhões de toneladas de esmagamento em 2025, um recorde, apoiado no mandato de 15% de biodiesel. Em 2026, o volume deve chegar a 60 milhões de toneladas, refletindo a expectativa de avanço da mistura para 16% ao longo do ano e investimentos feitos em plantas industriais. A implementação do novo mandato pode ocorrer com atraso, assim como em 2025. Os preços internos da soja em novembro subiram cerca de 1% frente a outubro, sustentados pela Bolsa de Chicago e por um programa de exportação forte. A oscilação entre bolsas e prêmios pode gerar oportunidades de venda, e que a composição do preço será decisiva para garantir margem positiva no próximo ciclo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.