02/Dec/2025
Segundo a Céleres, o plantio da safra brasileira de soja 2025/2026 avançou em ritmo mais lento nas últimas semanas por causa do atraso das chuvas em algumas regiões, mas ainda sem sinais de prejuízo relevante à produtividade. Até 28 de novembro, 86,8% da área nacional estava semeada, abaixo da média histórica, mas dentro de um cenário considerado tecnicamente confortável para o período. Mesmo com a perspectiva de safra cheia, os preços domésticos devem permanecer pressionados pela combinação de oferta elevada, custos logísticos mais altos durante a colheita e volatilidade da taxa de câmbio. As projeções climáticas indicam um La Niña de baixa intensidade entre novembro e janeiro, segundo o Australian Bureau of Meteorology. O comportamento do clima no trimestre dezembro-fevereiro será determinante para a produtividade da safra, especialmente porque os mapas de precipitação mostram um padrão muito semelhante ao observado no ciclo 2024/2025. A maior parte das regiões produtoras deve receber volumes dentro da normalidade, com exceções regionais.
Na Região Sudeste, a previsão é de desvios negativos de chuva, com possibilidade de precipitações menos recorrentes. Na Região Nordeste, o quadro também é de menor regularidade. A Região Sul deve continuar com chuvas abaixo da média, mas em níveis melhores que os registrados na safra passada, o que pode trazer maior estabilidade local. A Região Centro-Oeste, que concentra a maior parcela da produção brasileira, tende a repetir o padrão de 2024/2025, com volumes semelhantes, embora com déficit no nordeste de Mato Grosso e um cenário um pouco mais favorável em Mato Grosso do Sul. Novembro entregou precipitações regulares nas principais regiões produtoras, sem grandes desvios em relação à média histórica, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As projeções de precipitação para o próximo trimestre, que definirá a produtividade média da safra, seguem em linha com o que se projetava para o ciclo passado.
A consultoria mantém a projeção de 177,2 milhões de toneladas para a produção de soja em 2025/2026, acompanhada de exportações estimadas em 110 milhões de toneladas. O pacote tecnológico e o regime climático ainda sustentam essa perspectiva de produtividade. Se a produção for confirmada, os fretes mais caros durante a colheita devem exercer pressão nos preços. O movimento, associado à pressão na taxa de câmbio vista nas últimas semanas, deve manter as cotações domésticas comprimidas. É esperado que a taxa de câmbio siga sendo protagonista na definição das margens do produtor, que necessita de produtividade para honrar os pagamentos e manter rentabilidade na cultura. O volume de exportações projetado consolida o Brasil como principal fornecedor global da oleaginosa, mas também amplifica o desafio logístico nos portos e a dependência de preços competitivos para escoar a produção. A conjuntura mantém o produtor pressionado entre a necessidade de alta produtividade e margens operacionais apertadas pelo custo elevado de insumos e endividamento acumulado nos últimos anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.