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01/Dec/2025

Comercialização da soja 2025/2026 está atrasada

Segundo a Agroconsult, a comercialização da safra 2025/2026 de soja está em 33,7%, praticamente igual ao mesmo período do ano passado, mas esse ritmo é considerado atrasado para um ano de juros elevados. O produtor deveria ter vendido algo próximo de 50% neste momento, dado o custo financeiro de carregar soja com a taxa de juros atual. Quanto mais alto é o custo do dinheiro, mais rápido deve ser feita a comercialização, porque deixa de ter que pagar esse custo do dinheiro para a partir daí começar a carregar uma soja por mais tempo. O ambiente para acessar crédito ficou bem mais complicado. A combinação de alavancagem ainda relativamente alta, margens comprimidas e custo de capital muito alto fez com que o crédito ficasse não só mais caro, mas também mais seletivo. Produtores típicos do Cerrado têm hoje uma alavancagem acima de 2,5 vezes o Ebitda apenas dentro do sistema financeiro formal, sem contar dívidas contraídas fora do sistema bancário tradicional.

Esse quadro explica o aumento nas necessidades de renegociações, alongamento de prazos, redução de limites de crédito e pedidos adicionais de garantia. Isso é alto, mas não é um desastre. Só que essa média esconde disparidades muito grandes, e tem situações em que a relação Ebitda e já dá 6, 7, 8 vezes. Apesar das dificuldades financeiras, a safra 2025/2026 deve ter entrega antecipada de volumes. A Agroconsult estima 11 milhões de toneladas de soja disponíveis no mercado já na primeira quinzena de janeiro de 2026, movimento semelhante ao observado há dois anos. É uma safra que, apesar de ainda não ter terminado o plantio, tem uma sinalização de entrega mais cedo de volumes significativos comparado com o ano passado. Essa chegada antecipada de produto tende a pressionar prêmios no início de 2026. É uma condição importante para quem estava adiantando posições e negociando contratos.

No cenário global, o recente acordo comercial entre Estados Unidos e China para compras de soja norte-americana representa uma volta ao padrão histórico e não altera os fundamentos do mercado. Os volumes de 25 milhões a 30 milhões de toneladas para o segundo semestre já foram observados anteriormente. É um prato repetido no cardápio, não tem nada novo. A expectativa é de equilíbrio entre oferta e demanda em 2026, diferente das últimas três safras que apresentaram sobras expressivas. O mundo vai produzir mais ou menos aquilo que vai consumir. Isso é um bom sinalizador de que talvez a derrocada dos preços já esteja próxima do ponto mais baixo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.