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28/Nov/2025

Preços dependem do tamanho da safra brasileira

Segundo o Itaú BBA, o mercado de soja deve voltar a se orientar pelos fundamentos assim que o tamanho da safra brasileira começar a se definir nas próximas semanas, após um período dominado por movimentos especulativos e pela falta de dados oficiais nos Estados Unidos. A confirmação de uma oferta robusta na América do Sul tende a provocar realização na Bolsa de Chicago, mesmo com a China acelerando compras para cumprir o acordo comercial com os Estados Unidos. O mercado já subiu bastante. Em se confirmando uma grande safra, pode haver algum tipo de realização. A volatilidade recente decorre sobretudo da ausência de informações do governo norte-americano durante a paralisação administrativa, o que levou o mercado a reagir a declarações isoladas de autoridades e boatos sobre o ritmo das compras chinesas.

A China adquiriu cerca de 4 milhões de toneladas até agora, aproximadamente um terço do compromisso assumido com os Estados Unidos, com parte das compras ocorrendo a preços superiores aos do Brasil. Isso não faz sentido para as esmagadoras privadas. O mercado especulativo perde força à medida que o foco se desloca para o desenvolvimento da safra no Brasil e na Argentina. Os mapas climáticos indicam La Niña de curta duração e baixa intensidade, com condições favoráveis na Região Centro-Oeste do Brasil e boa perspectiva para a Argentina. A estimativa é de safra recorde de 178 milhões de toneladas no Brasil, somadas a cerca de 50 milhões de toneladas da Argentina e mais 10 a 11 milhões de toneladas do Paraguai, o que pode elevar o abastecimento da América do Sul para perto de 240 milhões de toneladas. Essa recomposição de oferta tende a pressionar os prêmios brasileiros já na virada para 2026, especialmente se a China mantiver o ritmo de compras nos Estados Unidos para atender ao acordo bilateral.

O Brasil já está mais barato que os Estados Unidos para o primeiro trimestre. E pode ficar ainda mais. Se a China continuar comprando nos Estados Unidos e a safra brasileira for grande, o prêmio no Brasil cai ainda mais. Apesar da alta recente na Bolsa de Chicago, as cotações em Reais pouco se moveram, uma vez que a queda dos prêmios compensou a valorização internacional. A soja em Mato Grosso para março estava R$ 104,00 por saca de 60 Kg. Hoje, está R$ 106,00 por saca de 60 Kg. Ou seja, toda a alta em Chicago não se traduziu integralmente em preço mais alto ao produtor. O patamar atual oferece oportunidade para hedge na Bolsa de Chicago, especialmente diante da expectativa de oferta elevada em 2026. Sobre os Estados Unidos, é prematuro afirmar que haverá redução de área plantada de soja em 2026/2027, embora o histórico de tensões comerciais possa motivar movimento desse tipo.

O comportamento do produtor norte-americano dependerá da relação de preços entre soja e milho nos próximos meses e da percepção sobre o compromisso chinês em cumprir as metas de compras. Ainda é cedo. O produtor vai olhar preços, clima e o impacto da safra sul-americana na Bolsa de Chicago antes de decidir. Problemas climáticos no Brasil seguem localizados e não afetam, até o momento, a projeção de safra cheia. Irregularidade no início do ciclo atrasou o avanço em Goiás e em parte de Mato Grosso, mas as condições gerais permanecem favoráveis. Problemas pontuais sempre existem, mas não há grandes riscos para a soja. Pelo contrário, se os mapas estiverem certos, dezembro e janeiro devem confirmar uma grande safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.