28/Nov/2025
O Itaú BBA prevê que o mundo deve manter a oferta de soja elevada na safra 2025/2026, puxada pelo aumento da produção brasileira. A produção global não deve atingir o nível visto em 2024, mas as boas safras no Brasil, Estados Unidos, ainda que em menor nível, e na Argentina puxam a projeção. O consumo global do grão deve ser elevado, com destaque para o óleo de soja, guiado pela demanda crescente por biocombustíveis. Quanto aos estoques, os níveis mundiais devem se manter confortáveis. O Brasil é peça-chave no patamar dos estoques mundiais, que podem ser iguais ou maiores do que os do ano passado. Quanto à safra dos Estados Unidos, mesmo após o anúncio do acordo comercial com a China, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a projeção de exportações do País.
Caso a China não mantenha o ritmo necessário para atingir a meta de 12 milhões de toneladas, prevista no acordo, os preços podem recuar na Bolsa de Chicago à medida que novas informações surgirem. No cenário atual, os negócios firmados agora nos Estados Unidos só se traduziriam em embarques a partir de dezembro, com as cargas chegando entre o fim de janeiro e meados de fevereiro. Depois disso, o Brasil aumenta a vantagem de custo mais baixo em relação aos Estados Unidos, com possibilidade de maiores volumes disponíveis de forma antecipada em 2026, com o plantio mais avançado. Em relação à produção nacional, apesar do aumento dos custos de produção e preços pressionados, que prejudicam as margens do produtor, haverá um aumento de área no Brasil de cerca de 1 milhão de hectares, ainda que seja aquém dos níveis do ano passado.
A previsão é de safra recorde no País, com 178 milhões de toneladas, mas há preocupações com o clima, tendo em vista a ocorrência do fenômeno La Niña. Os mapas são positivos para as próximas semanas, com bons níveis de chuvas na região central e redução na Região Sul. Para 2026, a expectativa é de neutralidade nos efeitos do fenômeno. Apesar da volatilidade esperada nos fatores de formação do preço da soja no Brasil, a menos que ocorra alguma quebra de safra, cenário que não está no radar neste momento, o Itaú BBA mantém a visão de preços e margens pressionados para o produtor na safra 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.