26/Nov/2025

O setor agrícola dos Estados Unidos atravessa um período de estresse financeiro severo e persistente, marcado por margens de lucro abaixo do ponto de equilíbrio e erosão do capital de giro. Sem apoio financeiro adicional imediato, a viabilidade de longo prazo de muitas operações está em risco. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmam que os custos de insumos subiram drasticamente, enquanto os preços das safras caíram. A situação resultou em prejuízos acumulados estimados em mais de US$ 50 bilhões nos últimos três anos agrícolas (2023/2024 a 2025/2026), mesmo considerando o seguro agrícola e auxílios anteriores.

O "tarifaço" e o descumprimento de compromissos comerciais, especialmente por parte da China, agravaram o cenário. No Cinturão do Milho, agricultores reduziram a área de soja e plantaram quase 100 milhões de acres de milho. Com um custo médio de plantio de US$ 900,00 por acre e preços em torno de US$ 4,00 por bushel, estima-se um prejuízo superior a US$ 150,00 por acre, totalizando perdas de mais de US$ 15 bilhões apenas nessa cultura. Os recentes acordos comerciais, embora tragam otimismo, ainda não se materializaram em volumes significativos de exportação. Para produtores que precisaram vender a preços baixos por falta de armazenamento, os benefícios chegarão tarde demais.

Além disso, os preços à vista de commodities como milho, soja, trigo e algodão permanecem estagnados ou abaixo dos níveis do início de 2025. O setor permanece aguardando detalhes sobre um pacote de ajuda comercial de US$ 12 bilhões prometido pelo governo, apoio considerado urgente para servir de "ponte" até que as melhorias da legislação agrícola (One Big Beautiful Bill Act - OBBBA) entrem plenamente em vigor nos anos fiscais de 2026 e 2027. Com a liberação dos recursos, os agricultores garantem linhas de crédito para a safra de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.