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25/Nov/2025

Preços mais competitivos no Brasil que nos EUA

Segundo a AgResource, a soja segue pressionada na Bolsa de Chicago pela combinação entre preços mais competitivos no Brasil e ritmo de compras da China abaixo do esperado para novembro. A soja brasileira para embarque entre janeiro e março opera com desconto de cerca de US$ 0,90 por bushel em relação ao Golfo dos Estados Unidos, reforçando a preferência de importadores pela América do Sul. A China adquiriu apenas dois carregamentos, totalizando 123 mil toneladas, volume bem distante das 2 milhões de toneladas negociadas na semana anterior. O país deve encerrar esta rodada de compras em torno de 3 milhões de toneladas, com aproximadamente 2,5 milhões já contabilizados. Se houver novas compras nesta semana, serão volumes pequenos, certamente não os 2 milhões de toneladas da semana passada.

Não há relatos de novas aquisições de trigo ou milho e é improvável que a China volte a comprar milho norte-americano no curto prazo. A China simplesmente não precisa da soja no curto prazo e não tem onde armazená-la. A preocupação é que a China aceite os grãos norte-americanos, role os estoques de reserva e cancelem compras. Isso daria à China um início lento da temporada brasileira, porque não estaria comprando tantos grãos brasileiros. Há relatos de cancelamentos chineses de cargas argentinas. A Argentina passou a oferecer soja para embarque imediato a preços equivalentes ou até inferiores aos dos Estados Unidos, movimento que pode estar relacionado aos rumores de cancelamentos chineses. Apesar disso, os registros de navios mostram que a Argentina ainda mantém grande volume de carregamentos programados para a China nas próximas seis semanas. A Argentina ainda está vendendo e embarcando muito para a China.

O preço da soja brasileira voltou a níveis próximos aos mínimos da última colheita. Parece que, para praticamente qualquer importador fora do México ou do Caribe, a soja da América do Sul sai mais barata. Essa vantagem deve se intensificar com o início da colheita no Norte do Brasil, previsto para as próximas quatro a seis semanas. No front climático, os próximos dois a três meses, com ênfase em dezembro, serão determinantes para a safra sul-americana. As previsões apontam normalização do regime de monções no Brasil nas próximas 48 horas, com precipitações semanais de uma a quatro polegadas nas principais regiões produtoras, padrão considerado normal para o período. Na Argentina, Paraguai e na Região Sul do Brasil, apesar de o La Niña ainda ser tecnicamente ativo, não se observa impactos negativos nas chuvas. O modelo de dez dias indica precipitações em Córdoba, Buenos Aires e Santa Fé. Mais uma vez, qualquer preocupação potencial na Argentina é “empurrada” para o final de dezembro. 2026 será um ano sem grandes ameaças climáticas.

O La Niña está enfraquecendo, e os modelos climáticos convergem para neutralização do fenômeno, com possível transição para El Niño a partir da primavera-verão de 2026, condição geralmente favorável ao Hemisfério Norte. A ausência geral de La Niña este ano mantém espaço para crescimento da produção de soja na Argentina, da moagem e especialmente da produção de milho argentino. O mercado cinza argentino vai ficar oversupplied. Soja e farelo continuam sendo os produtos com maior potencial de queda entre os grãos. No mercado de óleos, é difícil que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) alcance a meta de expansão de 30% na demanda por biocombustíveis em 2025/2026. Para esta semana, encurtada pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, a média móvel de 100 dias é suporte relevante para o milho e o nível de US$ 11,20 por bushel é referência para a soja em janeiro na Bolsa de Chicago. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.