ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

24/Nov/2025

Acordo EUA-China é ponto de incerteza no mercado

Segundo o Rabobank, a evolução da relação comercial entre Estados Unidos e China segue como o principal ponto de incerteza para o mercado global de soja em 2026. Diversos elementos críticos do balanço mundial permanecem “entrelaçados em incertezas geopolíticas”, o que amplia a margem de erro das projeções e torna a leitura para o próximo ano menos previsível. Nos próximos meses, a forma como o mercado enxergar se esse acordo funciona ou não é que vai determinar o humor dos operadores e o rumo dos preços. A cúpula Trump-Xi, realizada em 31 de outubro, resultou em um acordo comercial bilateral que prevê compras chinesas de pelo menos 12 milhões de toneladas de soja norte-americana nos dois últimos meses de 2025 e de 25 milhões de toneladas por ano entre 2026 e 2028. Também foi anunciada a remoção das tarifas retaliatórias aplicadas pela China desde março. Contudo, o acordo carecia de mecanismos claros de execução e ainda não havia confirmação dos volumes exatos de importação por parte da china.

Mesmo que as tarifas sejam totalmente removidas, a soja norte-americana permanecerá sujeita às tarifas espelhadas impostas pelos Estados Unidos em abril. Esse quadro é suficiente para desestimular a maior parte das compras comerciais tradicionais, deixando as importações “dependentes de compras dirigidas pelo Estado e de gestos de boa vontade”. No cenário base, o Rabobank projeta que as exportações dos Estados Unidos para a China na temporada 2025/2026 somem cerca de 12 milhões de toneladas, abaixo dos volumes das últimas safras. O banco também trabalha com números mais baixos para as exportações totais norte-americanas e para as importações chinesas do que aqueles estimados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em setembro. Com isso, os estoques finais dos Estados Unidos podem chegar a cerca de 10,9 milhões de toneladas em 2025/2026, o maior nível em seis safras. Esse aumento tende a pressionar os preços na porteira e a desestimular uma expansão maior da área de soja no país em 2026.

O acúmulo global de estoques das safras recentes deve continuar em 2025/2026 e 2026/2027, embora em ritmo mais moderado do que em 2022/2023-2024/2025, o que tende a limitar a valorização dos preços. O Brasil, único entre os três principais produtores e exportadores com expansão de área prevista para 2025/2026, deve colher nova safra recorde em 2026, enquanto a produção argentina deve recuar com a expansão da área de milho. Riscos climáticos associados ao La Niña na região precisam ser monitorados até o final de 2025, mas o evento atualmente ativo deve ser de intensidade fraca. Para 2026/2027, deve haver expansão da área plantada na Argentina, Brasil e Estados Unidos. A ausência prolongada da China como compradora de soja norte-americana tem pesado sobre as inspeções de exportação dos Estados Unidos, que acumulam volumes substancialmente menores em 2025 em comparação com anos anteriores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.