19/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, a sinalização de acordo comercial entre Estados Unidos e China impulsionou a soja na Bolsa de Chicago nas últimas semanas, mas o mercado agora cobra resultados concretos: se a China não acelerar as compras para cumprir a meta de 12 milhões de toneladas anunciada, as cotações podem perder força rapidamente. Há risco de reversão dos ganhos recentes caso o ritmo de aquisições pela China decepcione. Mesmo com o otimismo gerado pelo acordo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou a previsão de exportação norte-americana para 44,5 milhões de toneladas na safra 2025/2026, queda de 1,4 milhão de toneladas em relação a setembro. A redução reflete não apenas a menor oferta dos Estados Unidos, com produção revisada para 115,75 milhões de toneladas devido à produtividade mais baixa, mas também a competição crescente do grão sul-americano.
A China se comprometeu a adquirir ainda 12 milhões de toneladas este ano e 25 milhões de toneladas nos próximos três anos, mas a efetivação dessas compras será determinante para sustentar os atuais patamares de preço. Caso a China não compre no ritmo necessário para atingir a meta de 12 milhões toneladas do acordo, os preços podem recuar na Bolsa de Chicago à medida que novas informações surgirem. No Brasil, a semeadura da safra 2025/2026 avança em ritmo acelerado após o retorno das chuvas em novembro, embora haja casos pontuais de replantio em Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Paraná. No caso de Mato Grosso, os problemas ocorreram nas regiões leste e sudeste por falta de chuvas no início do plantio, enquanto em Tocantins e no Maranhão a estiagem prolongada reduziu a emergência das plantas.
No Paraná, o excesso de precipitações e tempestades com granizo afetaram áreas isoladas. Apesar dessas ocorrências, o cenário nacional segue dentro da normalidade, com índices de replantio inferiores aos da safra 2023/2024, que atingiu níveis recordes. Não há falta de sementes no mercado, mas pode haver mudança na escolha dos materiais genéticos pelos produtores diante das condições climáticas irregulares observadas no início do ciclo. A projeção do Itaú BBA para a safra brasileira indica produção próxima de 178 milhões de toneladas, volume que poderá pressionar ainda mais a competição com o grão norte-americano nos mercados internacionais caso a demanda chinesa não absorva a oferta conforme o esperado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.