19/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, a forte valorização do farelo de soja nas últimas semanas tem proporcionado alívio às margens de esmagamento no Brasil, mas a crescente demanda europeia pelo produto norte-americano acende um sinal de alerta para a competitividade da origem sul-americana. As incertezas sobre a aplicação do regulamento antidesmatamento da União Europeia (EUDR) estão desviando fluxos de compra para os Estados Unidos, impulsionando os prêmios no país norte-americano e criando um cenário de disputa mais acirrada pelos mercados globais. O farelo de soja registrou alta de 14% na Bolsa de Chicago na primeira quinzena de novembro, alcançando US$ 321,00 por tonelada, o maior patamar do ano. O movimento foi impulsionado por paradas para manutenção em plantas de esmagamento nos Estados Unidos e pelo receio de menor disponibilidade do subproduto. No Brasil, o reflexo foi imediato: em Rondonópolis (MT), o farelo subiu 10,8%, para R$ 1.587,00 por tonelada.
A Europa e outros grandes importadores têm ampliado o interesse pelo farelo norte-americano, especialmente diante das incertezas sobre a aplicação do EUDR e seus possíveis impactos nas origens sul-americanas. Esse movimento tem impulsionado os prêmios nos Estados Unidos e, por consequência, pode seguir dando sustentação aos futuros do farelo, mas ao mesmo tempo exige atenção dos exportadores brasileiros para não perder espaço no mercado europeu. Apesar do desafio externo, o cenário doméstico segue favorável. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima o esmagamento de soja no Brasil, de 58 milhões de toneladas para 59 milhões de toneladas, elevando também a produção de farelo para 45,5 milhões de toneladas e as exportações para 24 milhões de toneladas. Até outubro, os embarques brasileiros somaram 20,2 milhões de toneladas, alta de 3,9% sobre o mesmo período de 2024. Para novembro, o line-up indica volumes próximos de 2,4 milhões de toneladas, podendo ser o maior do segundo semestre.
O mercado de farelo segue firme, com tendência positiva, sustentado pelo aquecimento externo, pela forte demanda de exportação e pela redução gradual da oferta doméstica. Caso o ritmo internacional permaneça intenso, o mercado interno deve continuar registrando altas nos próximos dias. Em relação às margens de esmagamento, apesar da valorização da soja, a expressiva alta do farelo tem mais do que compensado o aumento dos custos. O óleo de soja, por outro lado, manteve cotações praticamente estáveis, encerrando a primeira quinzena de novembro em US% 49,30 por libra-peso na Bolsa de Chicago, queda de 1,8% no período, e em R$ 6.586,00 por tonelada em Mato Grosso, recuo próximo de 1%. O farelo valorizado proporcionou significativa melhora nas margens de processamento durante a primeira quinzena de novembro, oferecendo uma janela de rentabilidade favorável para as indústrias esmagadoras que atuam no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.