18/Nov/2025

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta segunda-feira (17/11), após autoridades dos Estados Unidos terem sinalizado que a China deve cumprir a promessa de adquirir 12 milhões de toneladas do grão norte-americano até janeiro. O vencimento janeiro da oleaginosa subiu 32,75 cents (2,91%), e fechou a US$ 11,57 por bushel. A secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, afirmou que o governo mantém confiança de que a China cumprirá o acordo, apesar da lentidão inicial nas compras. Nesta segunda-feira (17/11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) corrigiu a informação e disse que na verdade as vendas avulsas somaram apenas 232 mil toneladas entre 1º de outubro e 13 de novembro. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, também disse que o acordo deve ser cumprido, apesar da ausência de compras chinesas durante a escalada tarifária. Na sexta-feira (14/11), o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a China comprará muita soja norte-americana, sem fornecer mais detalhes.

A forte demanda interna nos Estados Unidos contribuiu para a alta. A indústria norte-americana processou um recorde de 6,20 milhões de toneladas de soja em outubro, disse a Pro Farmer, citando dados da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa). O volume representa aumento de 13,8% na comparação com igual mês do ano passado, quando foram processados 5,44 milhões de toneladas. O número veio acima das estimativas de analistas, de 5,70 milhões de toneladas. Na sexta-feira (14/11), o mercado fechou em baixa de quase 2%. A expectativa de menores exportações dos Estados Unidos, por causa da escassez de compras chinesas, acabou ofuscando estimativas de produção e estoques que vieram abaixo do esperado. Em seu relatório de oferta e demanda de novembro, o USDA estimou a safra de soja 2025/2026 em 115,75 milhões de toneladas. Analistas esperavam um número maior (116,09 milhões de toneladas). Quanto aos estoques nos Estados Unidos, o USDA cortou sua projeção de reservas de soja ao fim da temporada 2025/2026 de 8,17 milhões de toneladas para 7,89 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava 7,95 milhões de toneladas.

A estimativa de exportações foi reduzida de 45,86 milhões de toneladas para 44,50 milhões de toneladas, o que não foi bem-visto pelo mercado. O USDA informou nesta segunda-feira (17/11) que 1,18 milhão de toneladas de soja foram inspecionadas para embarque em portos dos Estados Unidos na semana encerrada em 13 de novembro, alta de 4,59% antes a semana anterior. Na comparação com a data correspondente do ano passado, no entanto, há queda de 48%. No acumulado da safra, foram inspecionados 10,1 milhões de toneladas, recuo de 42,5% na comparação anual. No Brasil, o plantio da safra 2025/2026 de soja alcançou 71% da área estimada no País até o dia 13 de novembro, segundo levantamento da AgRural. O ritmo representa avanço em relação aos 61% registrados na semana anterior, mas permanece atrás dos 80% observados em igual período do ano passado. Apesar da melhora no ritmo de trabalho, as chuvas continuam irregulares em parte da Região Centro-Oeste e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o que tem exigido cautela dos produtores.