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17/Nov/2025

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

A firme demanda por farelo de soja segue dando suporte às cotações do grão no Brasil. Entretanto, as negociações envolvendo a soja estão mais lentas, devido à disparidade entre os valores ofertados pelos compradores e os pedidos por vendedores. De um lado, os produtores se mostram capitalizados e afastados das negociações. Esses agentes têm a atenção voltada à valorização externa. Boa parte dos consumidores está cautelosa, atenta ao alto estoque remanescente da safra 2024/2025, às expectativas de safra recorde na temporada 2025/2026, à desvalorização cambial (US$/R$) e à queda nos prêmios de exportação no Brasil. Deste modo, os preços do grão registram pequenas oscilações. Nos últimos sete dias, os valores estão estáveis no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e apresentam leve alta de 0,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,5%, cotado a R$ 139,99 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 134,31 por saca de 60 Kg. O farelo de soja tem valorização de 2,2% nos últimos sete dias. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra recuo de 0,2% em igual comparativo, para R$ 7.215,76 por tonelada. No campo, as atividades seguem em ritmo intenso. De acordo com relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado no dia 13 de novembro, a área de soja pode somar 49,06 milhões de hectares, com redução de 0,2% em relação à primeira projeção.

Deste total, 58,4% da área havia sido semeada até 8 de novembro. Os avanços mais expressivos ocorrem em São Paulo, com 95% da área cultivada; Mato Grosso, com 90,1%; Mato Grosso do Sul, com 86%; e Paraná, com 79%. Em Goiás, a semeadura atingiu 43% e em Minas Gerais, 29,6%. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as atividades de campo estão mais lentas, devido às chuvas irregulares, com 9% da área semeada no Maranhão; 39%, no Tocantins; 12% no Piauí e 30% na Bahia. Em Santa Catarina, o cultivo alcançou 22% e no Rio Grande do Sul, 17%. Os produtores sinalizam necessidade de replantio em algumas áreas de soja na Região Centro-Oeste. A Conab confirma esse cenário, sobretudo em Mato Grosso. A Conab já vem estimando menor produtividade nas Regiões Centro-Oeste (-5,4%), Sudeste (-4,1%), Norte (-1,9%) e Nordeste (-1%). Na Região Sul, a produtividade deve crescer 14%.

Ainda assim, a produção nacional da soja é projetada em quantidade recorde de 177,60 milhões de toneladas, 3,6% acima da safra 2024/2025. As exportações são projetadas em 112,11 milhões de toneladas, um novo recorde e 5,11% acima das 106,66 milhões de toneladas projetados para a atual temporada (de janeiro a dezembro de 2025). Ressalta-se que 95,4% deste volume já foi escoado dos portos brasileiros até o dia 7 de novembro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O processamento foi reajustado para 59,37 milhões de toneladas para a próxima temporada (2025/2026), 1,37% superior à safra atual (58,57 milhões de toneladas), mas 0,32% inferior ao relatório de outubro. Destaca-se o estoque de passagem de soja, estimado em 13,59 milhões de toneladas em dezembro/2026, sendo 26,52% acima das 10,75 milhões de toneladas projetados para dezembro/2025 (vale lembrar que, em 2025, o estoque de passagem já cresceu 48,6% frente ao da temporada passada).

A produção de farelo de soja é projetada em 45,73 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 0,43% abaixo do relatório anterior, porém 1,3% acima da safra 2024/2025. As exportações foram estimadas em 24,7 milhões de toneladas, 0,43% inferiores aos números do mês passado, mas 4,6% acima dos da safra passada e um recorde. O consumo doméstico segue projetado em 20 milhões de toneladas, 2,5% maior que o da temporada anterior. A produção nacional de óleo de soja é estimada em volume recorde de 11,9 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, 1,8% acima da safra 2024/2025. Espera-se que as exportações somem 1,4 milhão de toneladas e que o consumo no mercado nacional atinja o recorde de 10,6 milhões de toneladas. Na Argentina, dos 17,6 milhões de hectares a serem cultivados com soja, 12,9% haviam sido semeados até 12 de novembro, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires.

Na semana passada, o dólar voltou aos patamares negociados em junho/2024, a R$ 5,27 no dia 11 de novembro. Esse cenário torna as commodities dos Estados Unidos mais atrativas para os importadores em detrimento das do Brasil. Deste modo, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registram o maior valor desde 12 de julho/2024, a US$ 11,32 por bushel, alta de 3,7% nos últimos sete dias. A valorização externa é impulsionada, também, pela firme demanda global por farelo de soja. Os preços deste derivado vêm registrando recuperações desde o mês passado, após terem registrado os patamares mais baixos desde 2016. Com isso, o primeiro vencimento (Dezembro/2025) registra expressiva alta de 5% nos últimos sete dias, a US$ 362,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.