04/Nov/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta segunda-feira (03/11). O mercado continua influenciado pela expectativa de retomada das compras chinesas do grão dos Estados Unidos. A China se comprometeu a comprar pelo menos 12 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos até janeiro e pelo menos 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. O vencimento novembro da oleaginosa avançou 20,00 cents (1,82%), e fechou a US$ 11,19 por bushel. Alguns analistas, porém, não estão certos de que as compras serão realizadas conforme prometido. Um dos motivos é a falta de penalidades em caso de não cumprimento do acordo.
A compra de 25 milhões de toneladas nos próximos anos dependerá da relação de preços entre a América do Sul e os Estados Unidos. Segundo a AgResource, a China adquiriu cerca de dez navios de soja brasileira para embarque em dezembro, o equivalente a 600 mil toneladas, e não soja norte-americana, apesar do acordo comercial anunciado na semana passada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 965.063 toneladas de soja foram inspecionadas para embarque em portos dos Estados Unidos na semana encerrada em 30 de outubro. O volume representa queda de 16,8% ante a semana anterior e de 58,3% ante igual período do ano passado.
No acumulado do ano comercial 2025/2026, iniciado em 1º de setembro, foram inspecionados 7,78 milhões de toneladas, queda de 40% na comparação anual. Embora a China tenha comprado alguns carregamentos de soja dos Estados Unidos na semana passada, esses volumes só devem começar a aparecer nos relatórios de inspeção de dezembro. No Brasil, o plantio de soja 2025/2026 perdeu força na última semana devido à irregularidade das chuvas, informou a AgRural. 47% da área estimada para o Brasil estava semeada até o dia 30 de outubro, contra 36% uma semana antes e 54% um ano atrás. Embora o excesso de umidade limite o avanço das máquinas em alguns pontos da Região Sul do País, a maior preocupação é no Cerrado.
Há problemas em Mato Grosso e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mas o principal foco de atenção é Goiás, que tem o plantio mais lento desde a safra 2017/2018. Traders também digerem a notícia de que o relatório mensal de oferta e demanda do USDA será publicado em 14 de novembro. O documento trará as primeiras estimativas oficiais de produção, rendimento e estoques de soja e milho nos Estados Unidos desde 12 de setembro, quando foi publicado o último relatório. A divulgação de importantes dados do USDA foi suspensa no começo de outubro, por causa da paralisação do governo norte-americano. O mercado estará (com razão) focado nos rendimentos de milho e soja nos Estados Unidos, mas é preciso lembrar do maior estoque de milho da safra velha.