04/Nov/2025
Segundo o American Farm Bureau Federation (AFBF), principal entidade de produtores rurais dos Estados Unidos, o compromisso da China de comprar 12 milhões de toneladas de soja norte-americana entre novembro e dezembro foi classificado como “uma meta ambiciosa, porém alcançável”. O volume figuraria entre os quatro maiores da história das exportações norte-americanas para China. As exportações médias de soja dos Estados Unidos para a China nos dois últimos meses de cada ano civil somaram 9,5 milhões de toneladas na última década. Se confirmada, a compra de 12 milhões de toneladas representaria um avanço expressivo em relação à média histórica. O acordo comercial anunciado na semana passada entre Estados Unidos e China prevê que a China adquira pelo menos 12 milhões de toneladas até o fim de 2025 e 25 milhões de toneladas por ano entre 2026 e 2028.
Somando-se as quase 6 milhões de toneladas já embarcadas em 2025, o total anual chegaria a 18 milhões de toneladas, ampliando o fluxo comercial bilateral nos próximos anos. O compromisso anual de 25 milhões de toneladas “também é alcançável”. Historicamente, os Estados Unidos exportaram em média 27 milhões de toneladas por ano civil para a China. Porém, esses compromissos representam um valor mínimo, e não um valor máximo de compra. Exportações iguais ou superiores às quantidades previstas poderiam gerar um mínimo de aproximadamente US$ 32 bilhões em receita para os produtores, com base no preço médio de US$ 10 por bushel. Antes do acordo da Fase Um de 2020, as exportações agrícolas dos Estados Unidos para a China cresceram de US$ 2,6 bilhões em 2000 para US$ 28,7 bilhões em 2012, mas caíram para US$ 14 bilhões em 2019 durante a guerra comercial. O governo norte-americano, então, destinou US$ 23 bilhões em ajuda a produtores afetados. Com a assinatura da Fase Um, as vendas para a China subiram para US$ 24 bilhões em 2020, US$ 39 bilhões em 2021 e atingiram US$ 41 bilhões em 2022.
Mesmo sem atingir a meta de US$ 80 bilhões, essas compras contribuíram significativamente para o recorde de US$ 283 bilhões em receita agrícola e para uma renda líquida recorde de US$ 182 bilhões em 2022. Nos anos seguintes, porém, a China redirecionou gradualmente parte de suas importações de ração animal, algodão e gado para outros fornecedores. As exportações norte-americanas recuaram para US$ 32 bilhões em 2023 e US$ 27 bilhões em 2024, e somaram US$ 14 bilhões até julho deste ano. A expectativa do setor agrícola norte-americano é que o novo acordo, chamado informalmente de Fase Dois, possa ter um impacto semelhante ao da Fase Um, afirmou o Farm Bureau. O sucesso do acordo dependerá do cumprimento consistente pelos dois países e de um ambiente geopolítico estável que sustente a retomada das exportações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.