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04/Nov/2025

Brasil poderia diversificar os mercados para a soja

Segundo o Bradesco, o acordo comercial entre Estados Unidos e China, que prevê a compra de 12 milhões de toneladas de soja norte-americana em 2026 e 25 milhões de toneladas nas três safras seguintes, representa uma retomada apenas parcial do fluxo comercial entre os dois países e não deve alterar o volume exportado pelo Brasil. A mudança de fluxo comercial pode abrir espaço para o Brasil diversificar destinos, já que a participação da China na pauta exportadora brasileira atingiu patamar historicamente elevado, com mais de 77% no acumulado deste ano. Após a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul, o presidente dos Estados Unidos afirmou que um acordo comercial com a China estaria próximo. Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, o acordo deve incluir redução das tarifas de importação e a retomada das exportações norte-americanas de soja para o mercado chinês, fluxo que foi interrompido por cinco meses devido à guerra comercial.

O Bradesco destacou que não há detalhes sobre o possível acordo e que os volumes anunciados são inferiores à média histórica chinesa no mercado norte-americano. No curto prazo, o acordo representa uma retomada apenas parcial do fluxo comercial entre Estados Unidos e China. No médio prazo, um acordo dessa magnitude representaria um volume levemente menor do que nos últimos cinco anos. Nesse período de cinco meses de interrupção, o Brasil consolidou sua posição como fornecedor estratégico para a China, aproveitando o vácuo deixado pelos americanos e registrando um crescimento mais acelerado nas exportações de soja para o país asiático. Assim, a participação da China na pauta exportadora do Brasil atingiu patamar historicamente elevado, com mais de 77% no acumulado deste ano. O mercado global de soja está equilibrado e a mudança de fluxo de comércio não deve alterar o volume exportado pelo Brasil.

A menor participação da China na pauta brasileira, por outro lado, abre espaço para o comércio com outros mercados. No longo prazo, o Brasil deve seguir como principal parceiro da China. O País deve continuar se beneficiando da diversificação chinesa nas origens da oleaginosa importada, garantindo um papel estruturalmente relevante no mercado global. Embora os preços da soja na Bolsa de Chicago tenham sido impulsionados com a sinalização de compra chinesa, o cenário ainda é incerto e as compras anunciadas são menores do que o histórico chinês no mercado norte-americano. Para o Brasil, os preços podem refletir uma redução dos prêmios domésticos de soja, em um cenário de custos elevados e comercialização em níveis historicamente mais baixos. Com o início da colheita se aproximando e as estimativas para produtividade se confirmando positivas, os preços podem se manter mais baixos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.