04/Nov/2025
O Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas (NASS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou que o relatório mensal de oferta e demanda (Wasde) será divulgado em 14 de novembro. O documento trará as primeiras estimativas oficiais de produção, rendimento e estoques de soja e milho nos Estados Unidos desde 12 de setembro, quando foi publicado o último relatório. A divulgação de importantes dados do USDA foi suspensa no começo de outubro, por causa da paralisação do governo norte-americano. Segundo a StoneX, os números podem ter menor precisão que o habitual por causa da falta de levantamentos de campo durante a paralisação parcial do governo norte-americano. Já são 35 dias de paralisação, e o relatório, que estava previsto para o dia 10 de novembro, foi adiado para o dia 14 de novembro.
O USDA costuma combinar dados objetivos, obtidos em vistorias de campo com pesagem de amostras, e dados subjetivos, coletados em questionários com produtores. Desta vez, o órgão não contará com muitos levantamentos objetivos e terá de se apoiar principalmente nas respostas dos produtores. O levantamento trimestral de estoques de 1º de dezembro poderá corrigir eventuais distorções. O USDA vai comparar o que as pesquisas indicam sobre a produção com o volume que realmente está no sistema e, a partir daí, ajustar as estimativas. A grande dúvida é se a produção foi superestimada ou subestimada. Em janeiro de 2024, o USDA promoveu a maior revisão negativa de produtividade já registrada em um relatório de janeiro. A expectativa é que a estimativa de novembro reflita melhor a realidade de campo.
Com a paralisação parcial do governo, continuam suspensos os relatórios diários e semanais de exportação, o que deixa o mercado operando com informações incompletas e aumenta o risco de ajustes bruscos após a divulgação do Wasde. A grande incerteza do momento está no acordo comercial entre Estados Unidos e China, anunciado na semana passada. A principal dúvida é se a China vai comprar 12 milhões de toneladas de soja norte-americana até o fim do ano, conforme se comprometeu. O governo norte-americano entende que o número se refere a 12 milhões de toneladas de novos negócios, mas a China pode estar interpretando o compromisso como 12 milhões de toneladas no total para 2025, o que incluiria as 5,9 milhões de toneladas já compradas no início do ano.
Se for o total, ficará abaixo da meta de exportação do USDA. Mas, se forem 12 milhões de toneladas adicionais, será possível alcançá-la. A remoção das tarifas retaliatórias chinesas ainda não foi confirmada. As compras de soja feitas até agora provavelmente foram realizadas pela Sinograin, a estatal chinesa responsável pelas reservas estratégicas, que é imune às tarifas. A efetividade do acordo depende da suspensão ou dispensa dessas tarifas. Enquanto isso não acontecer, a soja norte-americana vai continuar de US$ 2,00 a US$ 3,00 mais cara que a brasileira, principalmente depois do rali na Bolsa de Chicago e da queda de mais de US$ 0,25 na base brasileira na última semana. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.