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03/Nov/2025

EUA: ceticismo no mercado sobre compras da China

Segundo a AgResource, o acordo comercial entre Estados Unidos e China prevê compras de 12 milhões de toneladas de soja norte-americana até o fim de janeiro, mas esse volume dificilmente será atingido porque a soja brasileira está mais barata e a tarifa chinesa de 13% sobre o grão dos Estados Unidos continua elevada. O rali na Bolsa de Chicago já perdeu força e as cotações devem começar a recuar. O compromisso é apenas de compra, sem exigência de embarque imediato. A soja precisa ser embarcada até o final de janeiro. A China reduziu a tarifa de 23% para 13%, mas o custo ainda é alto. Isso dá algo em torno de US$ 56,00 por tonelada, o que segue proibitivo. A soja brasileira ficou ainda mais competitiva depois da queda nas bases internas no dia 30 de outubro. Houve uma queda acentuada no mercado brasileiro, soja entre US$ 0,10 e US$ 0,50 por bushel no basis.

Com isso, o Brasil fica mais barato que os Estados Unidos até junho de 2026. Na prática, quando os chineses forem ao mercado, essa soja vai sair do Brasil, não dos Estados Unidos. O Brasil tem volume suficiente para sustentar esse papel até a próxima colheita. A produção do ano passado foi subestimada, talvez em torno de 3 a 4 milhões de toneladas, e as indústrias locais seguem sob pressão. As margens de esmagamento no Brasil têm sido muito ruins. A China deve fazer apenas o mínimo necessário para mostrar boa vontade política com os Estados Unidos. A China compra o que precisa, nem mais nem menos, e sempre do vendedor mais barato. Eles vão comprar alguma soja dos Estados Unidos, o suficiente para evitar a ‘bronca pública’ do governo Trump.

Os compromissos, porém, são de longo prazo e sem punição se não forem cumpridos. Não há penalidades, não são vinculantes. A meta não será alcançada. A percepção é de que não chegará a 12 milhões de toneladas, nem a 25 milhões de toneladas no próximo ano. Contratos chineses costumam prever cláusulas que permitem trocar de fornecedor caso surja opção mais barata. Até agora, a China comprou cerca de sete navios de soja dos Estados Unidos, o equivalente a 450 mil toneladas. Esse acordo não é uma solução para o produtor norte-americano. A China historicamente não cumpre suas promessas de compra. Isso vem desde 2001, com a entrada na OMC. Enquanto isso, o clima na América do Sul é favorável. O plantio segue em boas condições e números recordes de safra para o milho argentino e a soja brasileira continuarão circulando. O produtor norte-americano agiu bem ao aproveitar o rali para vender. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.