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30/Oct/2025

China faz 1ª compra da safra 2025/2026 dos EUA

A estatal chinesa Cofco comprou três cargas de soja dos Estados Unidos, as primeiras aquisições do país da safra norte-americana deste ano, pouco antes de uma cúpula dos líderes Donald Trump e Xi Jinping nesta quinta-feira (30/10). Enquanto as duas nações lutam contra as tarifas comerciais, a falta de compras chinesas tem custado aos agricultores norte-americanos bilhões de dólares em vendas perdidas, depois que eles apoiaram amplamente Donald Trump em suas campanhas para presidente. Embora o acordo da Cofco para o embarque de dezembro-janeiro de cerca de 180 mil toneladas de soja tenha sido a primeira compra desse tipo feita pela China em meses, os traders não esperam uma retomada significativa da demanda por cargas dos Estados Unidos após as grandes compras sul-americanas recentes. A Cofco começou a comprar grãos norte-americanos mesmo antes de os dois líderes chegarem a um acordo comercial, disse um trader de uma empresa de comércio internacional que fornece esmagadores chineses.

Os volumes reservados pela Cofco não são grandes, três cargas por enquanto. Os preços de referência dos futuros da soja na Bolsa de Chicago saltaram esta semana para o valor mais alto em 15 meses, recuperando-se das mínimas recentes de cinco anos devido às esperanças de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. A principal temporada de exportação de soja dos Estados Unidos normalmente vai de outubro a janeiro, mas a China evitou a soja da safra norte-americana colhida este ano, em meio a prolongados atritos comerciais com os Estados Unidos, voltando-se para os fornecedores sul-americanos. A China, que consome mais de 60% das importações mundiais de soja, quase concluiu as reservas de cargas do Brasil e da Argentina até novembro, com compras limitadas previstas para dezembro e janeiro, antes da colheita brasileira.

Os fornecedores norte-americanos perderam a maior parte dos negócios de esmagamento de sementes oleaginosas. A China deve precisar de cerca de 5 milhões de toneladas de cargas em dezembro e janeiro, para as quais as condições de mercado favorecem o Brasil. A soja dos Estados Unidos, que foi negociada com um grande desconto em relação às cargas brasileiras nas últimas semanas devido à demanda chinesa fraca, se fortaleceu esta semana e agora está cotada em paridade a cerca de US$ 2,45 por bushel acima dos futuros na Bolsa de Chicago. Os compradores privados chineses tendem a preferir a soja brasileira por seu maior teor de proteína, que normalmente traz um prêmio sobre a soja dos Estados Unidos, segundo a OCI. Ainda assim, a China poderia adquirir cerca de 8 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos para suas reservas estratégicas no período de dezembro a maio, comprando por meio de empresas estatais como a Sinograin, o que valeria cerca de US$ 4 bilhões.

A secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, afirmou que a recente compra de soja norte-americana pela China demonstra a “força de negociação” do presidente Donald Trump e representa um passo importante na retomada das relações comerciais entre os dois países. Em publicação no X, Rollins disse que “a compra de múltiplos navios de soja norte-americana pela China sinaliza o forte poder de negociação do presidente e um passo positivo para nossos agricultores”. O movimento ocorre após meses sem compras chinesas do produto norte-americano, período em que o país asiático priorizou importações da América do Sul, especialmente do Brasil.

"Esta compra, vindo diretamente antes das conversas Trump-Xi, mostra que a América está falando sério", disse Rollins. A secretária destacou que o objetivo é construir um sistema onde a agricultura norte-americana prospera e compete em condições justas, sinalizando que o governo norte-americano vê a aquisição como primeiro passo de uma reaproximação comercial mais ampla. O encontro entre Donald Trump e Xi Jinping ocorrerá nesta quinta-feira (30/10). A mídia estatal chinesa informou que o encontro deve abordar relações bilaterais e temas de interesse mútuo, após um "consenso preliminar" alcançado nas conversas da semana passada na Malásia. Fontes: Reuters e Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.